O carro elétrico é novidade para muita gente. Temos acesso a praticamente todos os veículos eletrificados à venda no Brasil, mas quando temos uma experiência de uso prático diário é diferente. Talvez por sua discrição, o Renault Kwid E-Tech nos mostra algumas situações novas no dia a dia.
Estamos usando o Kwid E-Tech diariamente. Isso significa que pegamos trânsito pesado e motoristas, digamos, pouco educados. Em São Paulo, especificamente, nas principais vias é preciso ter muita agilidade para mudar de faixa. Nosso principal cuidado é com motociclistas, sempre.
O fato curioso que percebemos com o nosso teste de longa duração é que as pessoas não estão acostumadas com a agilidade do Renault Kwid E-Tech. Ou simplesmente não aceitam. Quando temos aquela brecha no trânsito para conseguir mudar de faixa, o torque imediato de um Kwid elétrico "disfarçado" de Kwid "flex" acaba causando surpresa aos outros motoristas.
Claro que não estamos falando de uma condução esportiva, até porque a proposta do Kwid é ser um carro urbano. Mas ser mais rápido nas arrancadas e transições de faixa do que modelos de segmentos superiores é algo que, percebemos, incomoda os demais. O zero a 50 km/h é feito em 4,1 segundos, o que é realmente interessante. Uma vez que notam que se trata de um veículo elétrico, compacto e ágil, alguns começam uma "perseguição" para mostrar que seus carros a combustão também são rápidos.
Na estrada, na viagem que mencionamos entre São Paulo e Tuiti (interior), motoristas simplesmente ignoram o Kwid E-Tech e não abrem passagem. Infelizmente, é algo muito comum. Nos aclives, o carro elétrico tem mais disposição para ganhar ou manter velocidade, embora isso custe mais energia. O fato é que mesmo na estrada, as retomadas são interessantes para um carro compacto. E os demais motoristas mostram falta de respeito por tentar impedir a passagem ou ultrapassagens.
Uma tecla que sempre batemos aqui é entender, e aceitar, o real propósito de um carro elétrico compacto. É um carro urbano. Dá para fazer viagens mais curtas, sim, dá. Aqui na redação temos o claro entendimento de que o propósito urbano do Kwid atende a nossa demanda de uso com sobras.
Isso nos traz ao tema de experiência de recarga. A bateria de 26,8 kWh entrega autonomia de 185 km na homologação PBEV (Inmetro), mas a vida real é diferente. A nossa autonomia de vida real é de pelo menos 220 km e podemos dizer isso com muita segurança.
O fato da bateria ser relativamente pequena tem outro fator que agrada: tempo de recarga mais rápido. Mesmo considerando o "nosso carregador" de 7,6 kW de potência, o tempo máximo para recarga foi de 3 horas partindo da menor carga que tivemos (7%). Basta chegar na redação e colocar para carregar. Essa dinâmica sempre foi bem tranquila e praticamente sem nenhum perrengue nesse período.
Nossa convivência com o Kwid E-Tech segue tranquila, harmônica e econômica.
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