Depois da Honda, outra fabricante japonesa afirmou que o futuro da mobilidade não será puramente elétrica. Mesmo com a experiência do Leaf, o carro elétrico mais vendido do mundo, a Nissan aposta suas fichas nos híbridos e justifica sua posição com algo que já percebemos durante nossos testes com elétricos: a recarga.

Ivan Espinosa, estrategista global de produtos da Nissan, é quem alimenta esta teoria. Segundo ele, a fase mais complicada de se ter um elétrico é a de recarga das baterias. É algo que faz sentido, já que a grande dificuldade de desenvolvimento, além de aumentar a capacidade das baterias sem ampliar muito seu tamanho e peso, é aumentar sua velocidade de recarga, que hoje pode chegar a quase 20 horas dependendo da fonte de energia utilizada e do carro.

Ele também questiona a praticidade para isso: "A posição da tomada e o peso do cabo podem não ser práticos para alguns usuários. De fato, existem várias clientes mulheres do Leaf que acham, em algumas situações, difícil recarregar", disse Ivan. 

Nissan Leaf - Brasil

Isso vem de uma marca que foi uma das percursoras dos elétricos, com o Leaf. Toda a experiência com o modelo levou a Nissan a desenvolver o e-Power, um sistema híbrido diferente do que encontramos, por exemplo, nos Toyota Prius, Corolla e RAV4. O motor a combustão é responsável exclusivamente por recarregar as baterias, que alimentam o (ou os) motor(es) elétrico(s) que movimenta(m) o carro.

Esse sistema deve chegar ao Brasil por volta de 2021. O SUV Kicks terá o sistema com motor flex, 1.2 ou 1.0, e será, ao lado do Toyota Corolla, mais um híbrido flex produzido no Brasil. A menor complexidade do sistema também colabora para a produção, venda e pós-vendas. 

Galeria: Nissan Leaf - Brasil