Conforme antecipado pelos dados parciais divulgados em novembro do ano passado, as vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil bateram um novo recorde em 2020. Trata-se de um crescimento de nada menos que 66,5% na comparação com o ano anterior. 

Embora ainda incipiente no país, o mercado de veículos eletrificados teve um impulso de 11.858 emplacamentos em 2019 para 19.745 no total do ano passado. Somente no último mês do ano foram vendidas 1.949 unidades de veículos elétricos e híbridos no Brasil.

Os dados foram compilados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), que confirmou 2020 como o melhor ano da série histórica iniciada em 2012. Outro destaque é que pela primeira vez o segmento de veículos eletrificados alcançou 1% do mercado total no país. 

Galeria: Volvo XC40 T5 Hybrid (BR)

Vale lembrar que na conta dos veículos eletrificados estão sendo considerados os modelos híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos a bateria (BEV). Um resultado que eleva a frota desse tipo de veículo em circulação no Brasil para 42.269 unidades.  

Eletrificados na contramão do mercado

Enquanto o setor automotivo nacional como um todo amargou uma queda de 26,6% nas vendas no ano passado: foram 1.950.889 emplacamentos contra 2.658.692 em 2019, de acordo com os dados da Fenabrave, o segmento de eletrificados, como já dissemos, cresceu expressivos 66,5% sobre o ano anterior.

"Temos de interpretar esses números de duas formas. Por um lado, devemos comemorar o fato de os elétricos terem chegado a 1% do mercado; é uma marca simbólica importante" – afirmou Antonio Calcagnotto, diretor de Veículos Leves da ABVE e diretor de relações institucionais e sustentabilidade da Audi do Brasil.

"Mas é claro que ainda estamos muito distantes de uma participação expressiva no mercado total. Portanto, temos de insistir em medidas de apoio à mobilidade elétrica".

Medidas de estímulo

Para incentivar o crescimento das vendas do segmento de veículos eletrificados, a ABVE defende medidas como a equiparação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) desse tipo de veículo à alíquota da maioria dos carros à combustão. 

"Por que um carro flex 1.0 a combustão paga 7% de IPI e um veículo elétrico ou híbrido, que é muito mais eficiente e não poluente, tem de pagar 13%, 18% ou até mais"? – pergunta Pedro Bentancourt, vice-presidente de Veículos Leves da ABVE e diretor de relações governamentais da Nissan do Brasil.

Além disso, a associação defende também a redução do IPVA, programas para a ampliação da rede de eletropostos e incentivos à eletrificação das frotas governamentais e de serviços de compartilhamento.  

Fonte: ABVE

Galeria: Audi e-tron (BR)