A Stellantis - o grupo automotivo criado a partir da combinação do Grupo PSA e da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) - anunciou hoje uma nova arquitetura de sistema de célula de combustível de hidrogênio de potência média para veículos comerciais. 

Como sabemos, a Stellantis está bastante envolvida com os veículos elétricos a bateria e híbridos plug-in, mas de acordo com o último comunicado à imprensa, mostra suas pretensões de alcançar a emissão zero, longo alcance, curto tempo de reabastecimento e compromisso em termos de carga útil ao usar células de combustível de hidrogênio. Claro, tudo em um pacote disponível a um custo razoável. Mas tudo isso é realmente possível?

Galeria: Stellantis: Sistema de célula de combustível de hidrogênio

Juntamente com seus parceiros - Faurecia e Symbio - a Stellantis decidiu usar uma solução de potência média, que é uma pilha de células a combustível de hidrogênio de 45 kW, com um tanque de 4,4 kg de hidrogênio (700 bar, sob o assoalho), combinado com um armazenamento relativamente pequeno de bateria de 10,5 kWh (buffer).

As células de combustível serão usadas para fornecer uma entrega de energia relativamente plana, enquanto a bateria ficaria com a tarefa de aceleração/desaceleração (frenagem regenerativa), com uma opção de recarga na rede elétrica (capacidade plug-in).

Stellantis: Sistema de célula de combustível de hidrogênio.

O primeiro passo para os FCVs de potência média serão os veículos comerciais leves (LCVs). E isso é bastante interessante porque a PSA já tem uma linha muito forte de veículos comerciais totalmente elétricos.

"À medida que olhamos para o futuro, as células de combustível de hidrogênio mostram - especialmente para os comerciais - uma grande promessa como o próximo nível de tecnologia de propulsão de emissão zero, pois atenderão às expectativas de alcance do cliente combinadas com capacidade de reboque e carga útil."

Especificações do sistema de célula a combustível de hidrogênio

As especificações preliminares dizem que os FCVs da Stellantis serão capazes de atingir uma autonomia de mais de 400 km pelo ciclo WLTP e reabastecer o hidrogênio em cerca de apenas 3 minutos. O volume e a capacidade de carga serão os mesmos das versões com motor a combustão.

A bateria de 10,5 kWh com uma saída de 90 kW e possível potência de carregamento de 11 kW (para carregamento noturno) seria uma vantagem adicional (sua função é principalmente auxiliar - porque as células de combustível não têm flexibilidade de energia - já que o alcance da bateria será muito pequeno).

O motor elétrico (136 cv e 26,5 kgfm) é o mesmo dos modelos elétricos movidos a bateria.

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As vans PSA de médio porte disponíveis atualmente podem ser encomendadas em uma das duas versões de bateria (50 e 75 kWh), com um alcance WLTP de até 330 km, e a densidade de energia da bateria tem potencial para ser melhorada. 

Esses veículos também podem fazer a recarga rápida em CC (por 80% SOC) em 30 ou 45 minutos, dependendo da versão da bateria. Você pode adicionar 70-100 km de autonomia (a diferença para FCVs) em questão de 10 minutos ao carregar o veículo, usando uma estação de carregamento CA trifásica na loja.

Os veículos elétricos a bateria podem começar o dia totalmente carregados, enquanto os FCVs ainda não têm uma infraestrutura grande o bastante para se beneficiar de sua autonomia mais alta.

Ou seja, nada mudou no setor e a questão final é o custo. Se o FCV vai ter um preço pelo menos semelhante ao da versão com bateria de 75 kWh? Nosso palpite é que não.

A Stellantis disse que começará a produção de veículos comerciais a hidrogênio até o final de 2021, mas a fábrica Opel Special Vehicle (OSV) na Alemanha sugere que será apenas em escala piloto nesse primeiro momento. 

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