A Renault aumenta a aposta num futuro de carros elétricos. E para dar sequência à estratégia Renaulution, a montadora decidiu criar um novo centro de produção de veículos eletrificados que será construído no norte da França. Seu principal objetivo é responder à crescente demanda dos mercados europeus.
A Renault pretende fundir três fábricas existentes - Douai, Maubeuge e Ruitz - criando uma nova empresa com personalidade jurídica própria (mas claramente ainda totalmente controlada pela empresa-mãe).
Com esta operação, segundo a Automotive News Europe, a Renault pretende criar um pólo para veículos elétricos e híbridos com capacidade para produzir 400.000 carros por ano. Além disso, este novo centro de produção serviria para chegar ao tão desejado veículo elétrico por menos de 20.000 euros que o CEO De Meo anunciou que pretende fazer em pouco tempo para emergir como líder no mercado de emissão zero.
Depois do Zoe, que foi o elétrico mais vendido da Europa em 2020, é necessário um carro para as massas que seja competitivo em relação a concorrentes cada vez mais agressivos e que também tenha preço acessível.
Se as premissas são o Renault 5 e o Renault 4, que podem alavancar as vendas da marca resgatando o charme dos modelos muito apreciados do passado, parece fácil para a montadora francesa acertar o alvo.
A Renault ainda não divulgou nenhuma informação oficial sobre o assunto. As fontes, por sua vez, explicaram também que a reorganização das unidades de produção e a sua conversão em empresa autônoma abriria caminho para a rediscussão dos contratos e das condições de trabalho. Um dos aspectos mais sensíveis dessa história.
A Renault, que encerrou 2020 com prejuízo de 8 bilhões de euros, recebeu um empréstimo estatal de 5 bilhões para sair da crise. Mas Emmanuel Macron, voz do principal acionista da empresa (a França, aliás), pede insistentemente garantias de manutenção dos níveis de emprego.
Segundo a empresa, um novo centro de produção, responsável pela fabricação de outros modelos (como o Renault Megane elétrico, que nascerá em Douai) ou componentes-chave (como as baterias que saem das linhas de Maubeuge), seria também ser essencial para garantir a estabilidade ocupacional.
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