Cada vez mais pessoas estão interessadas nos carros elétricos, mas a sua popularização ainda depende de políticas públicas, preços mais acessíveis e uma infraestrutura de carregamento que inspire confiança nos futuros proprietários. E para lidar com essas limitações, muitos países tem apostado em soluções interessantes para ampliar o mercado desses veículos.
O Brasil vai passar por uma onda de lançamentos de carros elétricos, em linha com o mercado global, pelo menos em termos de opções. No entanto, o preço alto praticado por aqui aliado à renda média inferior à dos principais mercados ainda continuará limitando a expansão em massa dos modelos de zero emissão.
Enquanto a eletrificação avança rápido em mercados como os países da Europa Ocidental, apoiada em uma legislação de emissões cada vez mais restritiva e também em incentivos generosos dos governos locais, a nossa realidade é bem diferente, por diversas questões que serão abordadas em outro momento.
Mas o fato é que além da Europa, o crescimento das vendas de carros elétricos irá surpreender ainda mais em outro mercado: a China. O maior mercado automotivo do mundo também é impulsionado por incentivos para veículos elétricos, mas não apenas isso.
Com centenas de fabricantes de veículos elétricos registrados (isso mesmo, centenas), a China produz modelos para todos os gostos e bolsos. Além da presença das grandes montadoras, como a Tesla e a Volkswagen (que possui duas joint ventures no país), e gigantes locais BYD, Chery, JAC-Volkswagen, bem como as promissoras startups Xpeng e NIO, o país ainda tem uma diversidade de pequenas empresas que montam esses veículos.
Isso resulta em um portfólio muito variado, onde recentemente um novo segmento tem atraído a atenção das montadoras (grandes e pequenas): os subcompactos e os microcarros elétricos com proposta urbana.
A melhor forma de ilustrar esse segmento é o sucesso do Mini EV. Produzido pela joint venture Wulling-GM, ele é simplesmente o carro elétrico mais vendido do país, com 40.000 unidades emplacadas em novembro e 500.000 em apenas 18 meses de mercado, sucesso absoluto.
Mas o que esses pequenos carros têm de tão atrativo? Para começar, são modelos simples, com capacidade para 4 ocupantes (2 ocupantes no caso dos microcarros) dimensões compactas (abaixo de 3,5 metros de comprimento), práticos e versáteis para o uso nas cidades, além de terem um baixo consumo de energia.
No entanto, por uma questão de custos e também devido à proposta de uso exclusivamente urbano, esses carros adotam baterias de menor capacidade, o que se reflete em autonomia reduzida se comparados aos demais carros elétricos. E este é o principal fator de redução do preço final.
No caso chinês, estão se tornando comuns os modelos com alcance de 120 a 170 km. Neste segmento, normalmente os fabricantes oferecem duas ou mais versões de autonomia, mas que raramente superam os 300 km de alcance. E como dissemos, o principal benefício fica por conta do preço mais acessível.
Para exemplificar, pegamos três exemplos de microcarros elétricos que estão à venda na China e os dados de autonomia e preços equivalentes em real. Confira os detalhes abaixo:
Modelo | Capacidade da bateria | Autonomia | Preço (equivalente) |
Letin Mango | 11,5 a 29,4 kWh | 130 a 335 km | R$ 26.500 a R$ 50.700 |
Wulling-GM Mini EV | 9,3 a 13,9 kWh | 120 a 170 km | R$ 25.800 a R$ 48.600 |
Chery QQ Ice Cream | 9,6 a 13,9 kWh | 120 a 170 km | R$ 26.800 a R$ 39.300 |
Olhando rapidamente a tabela, podemos verificar que são modelos equipados com baterias pequenas e autonomia entre 120 e 170 km, com exceção do Letin Mango, que tem um alcance mais amplo, mas ainda assim não custa muito mais que os rivais. Devido aos incentivos aplicados, fica mais difícil calcular qual seria o valor exato desses modelos no Brasil, mas levando em conta os preços atuais e fazendo um paralelo, poderíamos considerar algo na faixa dos R$ 90-100 mil para os modelos de entrada.
Cada vez mais promissor na China, será que o segmento de subcompactos e microcarros elétricos poderia ajudar o Brasil a expandir a mobilidade elétrica? Você compraria um carro elétrico com autonomia reduzida só para rodar na cidade pagando um preço mais acessível? Deixe sua opinião abaixo.
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