Recentemente, a China anunciou que intensificaria o apoio a países emergentes no desenvolvimento de energia limpa, o que afetou diretamente o cenário de extração de lítio nos chamados países do triângulo do lítio (Argentina, Bolívia e Chile), que guardam as maiores reservas mundiais do minério.
Nesse novo contexto, os governos dos três países sul-americanos estão começando a se alinhar no sentido de criar uma espécie de 'cartel do lítio', que tem como objetivo de explorar de forma mais eficiente e rentável o chamado 'petróleo branco'.
Enquanto isso, a demanda global pelo recurso natural não renovável não para de crescer, não só pelo aumento colossal na produção de baterias para veículos elétricos, mas também por aplicações nas áreas de energia solar e eólica, entre outras.
Nossos vizinhos, Bolívia e Argentina contam com as maiores reservas de lítio do mundo, o primeiro com mais de 21 milhões de toneladas e o segundo com 14,8 milhões, seguido pelo Chile, com 8,3 milhões. A região possui 68% das reservas mundiais do minério.
E esse alinhamento entre o trio tende a ganhar força com a recente vitória do socialista Gabriel Boric nas eleições do Chile, que deve estreitar as relações diplomáticas com a Bolívia. Isso tudo com o apoio da China, que por meio de suas empresas participa cada vez mais da exploração do minério na região.
No entanto, esse 'boom' também traz novos desafios ambientais e sociais à região. Como exemplo, podemos citar que cada tonelada de lítio extraída demanda até 2 milhões de litros d'água, o que impacta diretamente nos escassos recursos híbridos da região e pode desequilibrar o frágil ecossistema local.
Além disso, principalmente na Argentina e Chile, há questões mais complexas como por exemplo, a definição de um marco legal e a criação de instituições para gerir as partes interessadas e a soberania dos estados na exploração do minério.
Superados esses desafios, o controle da exploração desse mineral deve impactar fortemente a região, graças a demanda internacional crescente e com o apoio da China, o grande comprador mundial.
Fonte: FCO
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