A crise de componentes não escolhe vítimas e afeta direta ou indiretamente todas as grandes montadoras. Na semana passada, a imprensa local informou que a Ora, submarca de carros elétricos da Great Wall, havia parado de receber pedidos para os modelos White Cat e Black Cat na China.
Na verdade, a Ora emitiu um aviso aos revendedores em 14 de fevereiro para que não aceitassem mais pedidos para os modelos Black Cat e White Cat, o que levou as pessoas a especularem sobre a descontinuação dos dois modelos, disse o CEO da marca, Dong Yudong, em um comunicado publicado no aplicativo Ora na quarta-feira à noite:
"Os modelos Black Cat e White Cat pararam de receber pedidos, mas não foram descontinuados, e estamos passando por dificuldades"
Ainda que a submarca de carros elétricos tenha um bom relacionamento na cadeia de suprimentos, os dois modelos estão dando um grande prejuízo à montadora, disse Dong, acrescentando que no caso do Black Cat, a empresa estaria perdendo mais de 10.000 yuan (R$ 8.100) por unidade vendida após um forte aumento nos preços das matérias-primas neste começo de ano.
"Acredito que os problemas encontrados pela marca Ora são os mesmos riscos enfrentados pela indústria. Estamos buscando ativamente maneiras de melhorar e desenvolver estratégias", disse Dong.
Nesse cenário, ainda restam mais de 20.000 unidades dos dois carros elétricos para serem entregues aos clientes e caso a Ora continuasse a aceitar pedidos, as entregas só iriam acontecer no segundo semestre de 2022. No entanto, o executivo assegurou que os todos os serviços de pós-venda continuam funcionando normalmente e não serão afetados.
Enquanto isso, a marca principal Great Wall segue com seu plano de expansão global que inclui o Brasil, após ter anunciado no ano passado a compra da fábrica de Iracemápolis (SP), que antes pertencia à Mercedes-Benz.
Antes de operar como fabricante nacional, a Great Wall deve começar a comercializar seus modelos importados, vindos da China e já confirmou que todos os veículos que serão vendidos no Brasil serão 100% elétricos ou pelo menos híbridos, incluindo modelos híbridos plug-in que prometem até 200 km de autonomia no modo totalmente elétrico.
Fonte: CNEVPost
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