A indústria automobilística na Europa mal foi capaz de se recuperar dos bloqueios por conta da pandemia e da longa crise de escassez de semicondutores e já tem que lidar com um novo problema, potencialmente ainda maior.

A invasão russa da Ucrânia amplifica os problemas de fornecimento de peças e adiciona algumas novos, o que está forçando muitas fábricas de automóveis a suspenderem a produção.

Porsche Taycan GTS - Sport Turismo

Já ouvimos dizer que a produção dos cabos elétricos, montados na Ucrânia, parou. Devido à escassez de peças, o Grupo Volkswagen teve que interromper temporariamente a produção em vários locais, incluindo a produção de carros elétricos em Zwickau e Dresden, na Alemanha (elétricos baseados na MEB).

Hoje, a Reuters informa que mesmo a Porsche, uma marca premium relativamente de baixo volume, deve pausar a produção de carros elétricos em sua fábrica de Stuttgart-Zuffenhausen na Alemanha.

De acordo com a reportagem, a produção da família Porsche Taycan será suspensa até o final da próxima semana por falta de componentes. O fabricante estima que cerca de 200 unidades do Taycan deixarão de ser construídas por dia.

Por outro, uma notícia boa, a produção na fábrica de Leipzig da Porsche (temporariamente suspensa) será parcialmente retomada na segunda-feira "devido a uma melhor situação de abastecimento".

De acordo com o Automotive News, espera-se que a perda de produção de curto prazo chegue a 50.000-100.000 unidades na Europa. Estima-se que a indústria automotiva russa seja severamente devastada por causa das sanções.

Outra má notícia é que a guerra na Ucrânia também afetará a indústria de semicondutores, já que o país era responsável por pelo menos metade do fornecimento global de gás neon usado para alimentar lasers, que são usados para produzir chips.

"Mas mesmo a indústria de semicondutores – em grande parte focada em 'fundições de chips' asiáticas e norte-americanas – será afetada pela guerra na Ucrânia. O país produz pelo menos metade do suprimento global de gás neon, que é usado para alimentar lasers usados para gravar padrões em chips de computador.

Em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia, a Ucrânia foi responsável por 70% da produção de neon, mas os fabricantes de chips têm trabalhado para diversificar seu fornecimento desde então."