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União Europeia pode abrir 'brecha' para combustíveis alternativos em 2035

UE dá mais um passo para validar o banimento de carros novos a combustão, mas quer ir além e também proibir os carros usados

teste de emissoes

Esta quarta-feira (29) sinaliza o início do fim do motor de combustão interna na União Europeia, uma vez que os ministros do Meio Ambiente dos 27 países da região concordaram em assinar o acordo para o banimento dos carros a diesel e a gasolina na região em 2035. 

Foram mais de 16 horas de negociações foram necessárias para chegar a um acordo em uma reunião em Luxemburgo focada em formas de combater as mudanças climáticas na UE. A proibição refere-se estritamente às vendas de carros novos e vans movidos a gasolina e motores diesel.

O resultado está bem claro: "O Conselho também concordou em introduzir uma meta de redução de emissões de CO2 de 100% até 2035 para carros novos e vans".

Teste de emissões de CO2

Renda mais baixa

No entanto, cinco países da União Europeia questionaram essa medida, pedindo um adiamento de cinco anos para implementá-la, em vez de 2035, em 2040. Esses países (Itália, Portugal, Eslováquia, Bulgária e Romênia) sustentam que a renda média dos seus cidadãos é inferior a média da União Europeia. 

Banimento de carros a combustão usados

Vale destacar que o Parlamento Europeu também quer proibir as vendas de veículos usados com motores a combustão, mas isso não foi decidido hoje. Para isso, novas negociações irão acontecer, mas a proibição para a venda de carros novos já está selada.

Tecnicamente falando, a proibição em 2035 exige uma redução completa das emissões, sem mencionar o motor de combustão. Estamos apontando isso porque deixa a porta aberta para motores que funcionem com combustíveis alternativos.

Toyota GR Yaris - protótipo movido a hidrogênio

Algumas montadoras, como a Toyota por exemplo, estão testando motores de combustão movidos a hidrogênio, enquanto outras estão pesquisando combustíveis sintéticos. 

Nota: Os carros de Fórmula 1 funcionarão com combustível totalmente sustentável a partir de 2026.

As decisões tomadas hoje terão enormes consequências em toda a indústria automotiva, pois as montadoras irão acelerar ainda mais a transição para veículos elétricos. As ramificações irão muito além das fronteiras da União Europeia, uma vez que não será viável para empresas como a Volkswagen ou a BMW desenvolverem carros a combustão que não poderão ser vendidos na região. 

Mas antes da data de banimento dos motores a combustão, as montadoras terão que reduzir as emissões de CO2 em 55% para carros novos e 50% para vans até 2030. Esta decisão também foi tomada hoje como parte do pacote Fit for 55 para alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Outro ponto que merece atenção é o fato de que os incentivos para veículos de zero e baixa emissão (ZLEV) deixarão de existir a partir de 2030. Isso provocará um aumento nos preços dos carros elétricos e zero emissões enquanto a região se aproxima de um possível banimento total dos modelos a combustão, e com possibilidade de inclusão dos usados nessa regra. Em resumo: ainda tem muito assunto a ser discutido.