Em crescimento cada vez mais acelerado, as vendas de carros elétricos no Brasil possuem alguns componentes que devem manter essa tendência por um bom tempo, embora ainda não dê pra fazer previsões de longo prazo.
Segundo Adalberto Maluf, presidente da ABVE - Associação Brasileira do Veículo Elétrico, cada vez mais pessoas irão aderir à mobilidade elétrica por conta de suas vantagens, não apenas em termos ambientais, mas também operacionais.
Enquanto que no primeiro semestre de 2022 foram emplacados 3.395 veículos totalmente elétricos no país (19% a mais do que as vendas totais de 2021), no mês de junho foram vendidos 1.089 carros elétricos, um número que representa 27% de participação nas vendas de eletrificados no país.
Em primeiro lugar, vale destacar que os veículos comerciais leves (vans, picapes e furgões) ajudaram a puxar esses números para cima - a estimativa da ABVE é de que o setor de cargas urbanas leves terá participação crescente na eletrificação do transporte no Brasil com cada vez mais empresas de logística e grandes varejistas adotando a agenda ESG (Environmental, Social and Corporate Governance).
No entanto, Maluf afirma que há outros elementos que ajudam a impulsionar as vendas de carros elétricos no país, apesar da alta carga tributária e da falta de uma política de incentivos.
“Um deles é o aumento expressivo da infraestrutura de recarga pública e semipública no Brasil; já há em torno de 1.500 eletropostos disponíveis hoje nas principais cidades e rodovias, devendo chegar a 3 mil até o final do ano e a 10 mil em três anos” - afirmou
“Outro fator é o aumento da oferta de veículos elétricos de diferentes modelos e perfis de preço no mercado brasileiro – não só de BEVs, mas de eletrificados em geral. Até o final do ano, haverá cerca de 100 modelos à disposição do consumidor”.
Por fim, Maluf destacou o alto preço dos combustíveis, onde os brasileiros fazem as contas e percebem que o custo do km rodado num carro elétrico pode ser até 6 vezes inferior ao de um modelo similar a gasolina.
De fato, os carros elétricos ainda são caros se comparados aos seus equivalentes à combustão, principalmente para os consumidores comuns, mas no caso de empresas e frotas, onde se rodam muitos quilômetros, esses modelos começam a fazer sentido e é por aí que a eletrificação deve ter seu maior impulso inicial.
Fonte: ABVE
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