BYD corre para ser a 1º montadora a produzir carros elétricos no Brasil
Gigante chinesa tem planos ambiciosos para o país em termos de indústria, infraestrutura, baterias e veículos elétricos
A BYD tem planos ambiciosos para o Brasil. Durante o lançamento dos modelos BYD Song híbrido plug-in e BYD Yuan Plus totalmente elétrico, que contou com a presença da presidente da BYD para as Américas, Stella Li, a gigante chinesa reforçou a sua aposta no país durante o processo de transição energética para os veículos elétricos.
Presente no país desde 2014, a BYD atualmente possui três fábricas locais, onde produz ônibus elétricos, painéis solares e baterias para veículos elétricos pesados. As vendas de veículos de passeio tiveram início no final de 2021, sendo que a marca já possui cinco modelos à venda no país: os elétricos Han, Tan, D1 e Yuan Plus e o híbrido plug-in Song.
Galeria: BYD Yuan Plus EV
E ao mesmo tempo em que celebra o marco histórico de 3 milhões de veículos eletrificados produzidos, a BYD pisa fundo no acelerador com sua estratégia de expansão global. Em poucos meses, a gigante chinesa anunciou o início das vendas de carros elétricos em mercados como Austrália, Japão, Israel, Tailândia, Costa Rica, Colômbia, Brasil, Uruguai e Europa, entre muitos outros.
No caso específico do Brasil, a expectativa de vendas de carros elétricos e as perspectivas de crescimento na América Latina motivaram a gigante chinesa a assinar um protocolo de intenções com o governo da Bahia para a criação de um polo industrial de mobilidade elétrica no mesmo local onde funcionava a fábrica da Ford, em Camaçari (BA).
O plano de investimento de R$ 3 bilhões engloba um cronograma que prevê o início das atividades da unidade de montagem de baterias em meados de 2023. No ano seguinte seria a vez da produção de veículos elétricos comerciais (caminhões e ônibus), e por último, em 2025, a montagem de carros elétricos.
De acordo com Adalberto Maluf, Diretor de Marketing e Sustentabilidade da BYD, o processo de negociação para a fábrica em Camaçari (BA) está bem encaminhado. Segundo o executivo, no que depender da montadora o projeto será concretizado, restando apenas algumas pendências de ordem tributária/legal. Mas a expectativa é bastante positiva até o momento.
Questionado sobre a possibilidade de a BYD se tornar a primeira montadora de carros elétricos do Brasil, Maluf não deu uma confirmação, mas destacou o potencial da marca chinesa e suas vantagens competitivas, principalmente pelo uso da e-platform 3.0, a nova arquitetura desenvolvida internamente para veículos elétricos 'puros', ou seja, projetados desde o zero para a eletrificação.
O executivo ressaltou que a arquitetura atualmente serve de base para três modelos, a saber: Yuan Plus, Dolphin e Seal. Somente o primeiro foi lançado por aqui, mas os outros dois já foram registrados no país e devem desembarcar em um futuro próximo.
Em termos logísticos, um complexo de produção de veículos e baterias na Bahia poderia se beneficiar da proximidade com o norte de Minas Gerais. A região é muito promissora e deve se estabelecer como um polo de extração de lítio, item fundamental na montagem das baterias de carros elétricos.
A BYD tem uma estrutura bastante verticalizada. Ela desenvolveu uma plataforma de carros elétricos, produz as próprias baterias e diversos componentes para seus veículos, o que agiliza o processo de fabricação e diminui a dependência de fornecedores externas. Parte do crescimento exponencial nas vendas globais de carros eletrificados da marca se apoia nisso.
Mas voltando ao Brasil, ambos os executivos estão muito otimistas com as possibilidades do nosso mercado, o maior da região. Eles ponderam que as decisões políticas e a elaboração de um plano estratégico podem facilitar a decisão de investimentos e acelerar o processo de transição para os carros elétricos (e híbridos plug-in).
Falando em números, a expectativa é de que, mesmo sem incentivos, o mercado de carros elétricos e híbridos plug-in irá crescer no Brasil. Se hoje em dia a participação de eletrificados é de 2,4% nas vendas, a previsão é de que em 2025 esse percentual será 10%, avançando para 30% em 2030.
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