Carro elétrico, a gasolina ou a etanol, qual polui mais? A Stellantis simulou um teste dinâmico em um veículo com quatro fontes diferentes de energia para medir as emissões de CO2 em cada uma das situações.
O teste consistiu em comparar um veículo abastecido com etanol (E100) e comparado em tempo real com outras três alternativas: gasolina tipo C (E27), carro elétrico a bateria (BEV) abastecido no Brasil e carro elétrico a bateria (BEV) abastecido na Europa.
No teste, foram utilizados a metodologia e tecnologia de conectividade desenvolvidos pela Bosch, que consideram a emissão de todo o ciclo de geração e consumo de energia (do poço à roda) ou, no caso do etanol, do campo à roda.
Confira abaixo os resultados do teste realizado no simulador, onde o veículo percorreu 240,49 km:
Os resultados mostram claramente que o carro elétrico a bateria abastecido com a matriz energética brasileira é a opção que menos emite CO2 no ciclo completo. No entanto, um carro elétrico abastecido na Europa tem emissões superiores à de um veículo que rode com etanol (E100) no Brasil.
Isso deve à matriz energética mais limpa no Brasil, onde 92% da energia elétrica provêm de fontes limpas. Na Europa, por outro lado, de acordo com os dados mais recentes, cerca de 22% da matriz é limpa, o que mostra o longo caminho a ser percorrido pelos europeus e as vantagens competitivas do Brasil nesse campo.
A Stellantis, por sua vez, considera que os biocombustíveis ainda têm um papel importante no processo de descarbonização e anuncia a criação da plataforma BIO-ELECTRO, que tem como objetivo desenvolver um sistema de propulsão que combine o etanol com a eletrificação, e que se apoiará em três pilares:
Em linhas gerais, o objetivo do grupo automotivo é acelerar o processo de descarbonização com a nacionalização de soluções e tecnologia ao mesmo tempo em que impulsiona a reindustrialização.
Globalmente falando, a Stellantis adota o plano estratégico Dare Forward 2030, que é fortemente baseado na eletrificação. Nele, a empresa estipulou que a participação dos veículos elétricos a bateria em 2030 responderá por 100% das vendas na Europa, 50% nos Estados Unidos e 20% no Brasil.
Para apoiar essa transição, o grupo automotivo está investindo em cinco gigafábricas globais para suprir o fornecimento de baterias, bem como recursos para ampliar a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos.
Voltando à questão brasileira, a Stellantis entende que investir nos carros híbridos a etanol pode ser um caminho mais rápido para acelerar a transição energética num primeiro momento, onde os carros elétricos a bateria ainda são caros. Ao mesmo tempo em que promove a propulsão híbrida, o grupo pretende continuar a lançar carros elétricos no país, realizando assim, uma transição gradual e com vistas à produção nacional de veículos elétricos mais adiante.
Com Fábio Trindade
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