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Stellantis mostra que carro elétrico é menos poluente que etanol no Brasil

Grupo investirá no híbrido a etanol enquanto prevê que os carros elétricos responderão por 20% das vendas no Brasil em 2030

Peugeot e-208 GT 2022 (Brasil) - Tomada

Carro elétrico, a gasolina ou a etanol, qual polui mais? A Stellantis simulou um teste dinâmico em um veículo com quatro fontes diferentes de energia para medir as emissões de CO2 em cada uma das situações. 

O teste consistiu em comparar um veículo abastecido com etanol (E100) e comparado em tempo real com outras três alternativas: gasolina tipo C (E27), carro elétrico a bateria (BEV) abastecido no Brasil e carro elétrico a bateria (BEV) abastecido na Europa. 

No teste, foram utilizados a metodologia e tecnologia de conectividade desenvolvidos pela Bosch, que consideram a emissão de todo o ciclo de geração e consumo de energia (do poço à roda) ou, no caso do etanol, do campo à roda. 

stellantis meta eletricos (2)

Confira abaixo os resultados do teste realizado no simulador, onde o veículo percorreu 240,49 km:

  • gasolina (E27): 60,64 kg CO2
  • 100% elétrico (abastecido na Europa): 30,41 kg CO2
  • etanol (E100): 25,79 kg CO2
  • 100% elétrico (abastecido no Brasil): 21,45 kg

Os resultados mostram claramente que o carro elétrico a bateria abastecido com a matriz energética brasileira é a opção que menos emite CO2 no ciclo completo. No entanto, um carro elétrico abastecido na Europa tem emissões superiores à de um veículo que rode com etanol (E100) no Brasil.

stellantis meta eletricos (1)

Híbrido a etanol

Isso deve à matriz energética mais limpa no Brasil, onde 92% da energia elétrica provêm de fontes limpas. Na Europa, por outro lado, de acordo com os dados mais recentes, cerca de 22% da matriz é limpa, o que mostra o longo caminho a ser percorrido pelos europeus e as vantagens competitivas do Brasil nesse campo.

A Stellantis, por sua vez, considera que os biocombustíveis ainda têm um papel importante no processo de descarbonização e anuncia a criação da plataforma BIO-ELECTRO, que tem como objetivo desenvolver um sistema de propulsão que combine o etanol com a eletrificação, e que se apoiará em três pilares:

  • Academy: informação, formação e recrutamento
  • Lab: incubação de ideias e desenvolvimento do ecossistema
  • Tech: a materialização de soluções, da inovação e da localização da produção
Peugeot e-208 GT (BR)

Brasil terá 20% de participação dos elétricos em 2030

Em linhas gerais, o objetivo do grupo automotivo é acelerar o processo de descarbonização com a nacionalização de soluções e tecnologia ao mesmo tempo em que impulsiona a reindustrialização.

Globalmente falando, a Stellantis adota o plano estratégico Dare Forward 2030, que é fortemente baseado na eletrificação. Nele, a empresa estipulou que a participação dos veículos elétricos a bateria em 2030 responderá por 100% das vendas na Europa, 50% nos Estados Unidos e 20% no Brasil.

Peugeot e-208 GT (BR)

Para apoiar essa transição, o grupo automotivo está investindo em cinco gigafábricas globais para suprir o fornecimento de baterias, bem como recursos para ampliar a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos

Voltando à questão brasileira, a Stellantis entende que investir nos carros híbridos a etanol pode ser um caminho mais rápido para acelerar a transição energética num primeiro momento, onde os carros elétricos a bateria ainda são caros. Ao mesmo tempo em que promove a propulsão híbrida, o grupo pretende continuar a lançar carros elétricos no país, realizando assim, uma transição gradual e com vistas à produção nacional de veículos elétricos mais adiante.

Com Fábio Trindade