A Toyota anunciou uma nova e ampla parceria para um projeto de pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para viabilizar a produção em larga escala de hidrogênio verde a partir do etanol. A iniciativa é mais uma das medidas em prol da redução de emissão de carbono no Brasil. 

Esta nova parceria envolve a Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e o Senai CETIQT.

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Nesse projeto, a Toyota irá fornecer uma unidade do Toyota Mirai, o primeiro carro da montadora japonesa de série movido à célula de combustível (Fuel Cell Eletric Vehicle). Ele será usado para testes sobre a performance de um veículo movido a hidrogênio. Além do Mirai, o hidrogênio renovável vai abastecer três ônibus que circularão na Cidade Universitária da USP.

Com um investimento de cerca de R$ 50 milhões da Shell Brasil, o projeto de P&D também pretende calcular a pegada de carbono do ciclo ‘campo à roda’, ou seja, mensurar as emissões de CO2 na atmosfera, desde o cultivo da cana até o consumo do hidrogênio pela célula combustível do veículo. 

“O objetivo desse projeto de P&D inovador é demonstrar que o etanol pode ser vetor para produzir hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria de etanol”, destaca Alexandre Breda, gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil.
 

“A produção local de hidrogênio renovável por meio da reforma do etanol é uma solução eficiente, sustentável e facilmente replicável globalmente, devido ao baixo custo de transporte do biocombustível.”, afirma Mateus Lopes, diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen.

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Nessa mesma linha de pesquisa, a Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP) e o SENAI CETIQT já haviam assinaram um acordo de cooperação, em setembro de 2022, para desenvolvimento de plantas de produção de hidrogênio renovável (H2) a partir do etanol.

A parceria tem como foco a validação da tecnologia através da construção de uma planta dimensionada para produzir 4,5 kg/h de hidrogênio e início de operação no primeiro semestre de 2024. A estrutura será instalada no campus da USP, na cidade de São Paulo.

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O projeto hidrogênio renovável será produzido de forma inovadora com o etanol fornecido pela Raízen e a tecnologia desenvolvida e fabricada pela Hytron, que atualmente pertence ao grupo alemão Neuman & Esser Group (NEA Group), com suporte do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do SENAI CETIQT, com financiamento da Shell Brasil.

Esse projeto é uma das várias iniciativas em busca de soluções para descarbonizar a frota de veículos no país. A Toyota adota uma abordagem que se apoiará em veículos elétricos, híbridos e também em modelos equipados com célula de combustível a hidrogênio.

Conforme já abordamos aqui, o Brasil tem vários projetos em andamento para escalar a produção de hidrogênio verde. Se forem bem sucedidos, colocarão o país entre os líderes globais nesse campo.