O Chile quer nacionalizar sua indústria de lítio. O presidente do país sul-americano, Gabriel Boric, anunciou que a medida tem como objetivo aumentar a riqueza do país e preparar as bases para um desenvolvimento econômico rumo a uma economia verde em nível global.
Na prática, a nova Estratégia Nacional de Lítio é um conjunto de medidas que buscam incorporar capital, tecnologia, sustentabilidade e valor agregado em um modelo público-privado.
O projeto é de que o desenvolvimento da indústria de lítio seja conduzido pelo Estado, por meio da Codelco (Corporación Nacional del Cobre de Chile) - a empresa estatal chilena de mineração que é uma das maiores produtoras de cobre do mundo - e a empresa chilena de mineração e metais ENAMI (Empresa Nacional de Minería), e que também envolverá o setor privado.
A Estratégia Nacional de Lítio tem os seguintes pontos-chave:
Atualmente o Chile é o segundo maior exportador de lítio do mundo, só perdendo para a Austrália. O país sul-americano está na área que possui cerca de metade das reservas de lítio do mundo, que ficam ao norte, no deserto de Atacama, e que também alcança a Argentina e a Bolívia, formando o chamado "triângulo de lítio".
No entanto, além desses países, diversas regiões se mobilizam para acelerar o mercado de lítio, vital para o desenvolvimento da indústria global de baterias para carros elétricos. Podemos citar como exemplos a China, Estados Unidos e até mesmo o Brasil. Isso, sem deixar de lado o México, que recentemente nacionalizou seus depósitos de lítio.
Mas voltando ao anúncio chileno, o presidente Boric garante o que o plano irá proteger a biodiversidade e os direitos indígenas e ajudará a distribuir os ganhos da riqueza mineral de forma mais ampla entre os chilenos.
Além disso, o Chile só assumiria o controle das operações quando os contratos em vigência fossem renovados. Atualmente, o contrato da SQM expirará em 2030 e o da Albemarle em 2043, ainda que Boric espere que as empresas estejam abertas à participação antecipada do Estado.
Após este anúncio, o plano de nacionalização terá que passar pelo Congresso Nacional do Chile, o que Boric planeja fazer ainda neste ano, apesar da resistência apresentada pela casa ultimamente ao atual líder chileno.
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