O mercado chinês de carros elétricos está em queda desde o início do ano. Desde que o governo local encerrou um subsídio de dez anos para a compra de carros ecologicamente limpos, apenas os vários movimentos feitos pelos fabricantes de carros locais, com a Tesla na liderança, garantiram alguma recuperação nas vendas.
Para reverter o quadro, no entanto, Pequim está implementando um incentivo gigantesco para reanimar o mercado. Na quarta-feira, de fato, foi revelado um pacote de 520 bilhões de yuans (equivalente a 75 bilhões de dólares) que será usado para apoiar as vendas de carros elétricos ou carros que se enquadram na categoria NEV (New Energy Vehicle), que também inclui híbridos plug-in e células de combustível.
O novo incentivo vem como uma extensão da medida já em vigor, que prevê uma isenção de imposto de compra para veículos "NEV" até o final do ano. Ela também isentará o mesmo imposto em 2024 e 2025 e o reduzirá pela metade em 2026 e 2027. O valor do imposto é de 30.000 yuans, o que equivale a cerca de R$ 20 mil.
"A prorrogação por mais quatro anos superou as expectativas do mercado", disse Cui Dongshu, secretário-geral da Associação de Carros de Passageiros da China, acrescentando que o tamanho da medida sugere que nenhuma outra ação será tomada para apoiar as vendas com outras iniciativas.
Enquanto isso, o anúncio do governo foi suficiente para animar os mercados de ações. A NIO e a Xpeng valorizaram 6,1 e 5,5 por cento em um dia. E a Li Auto também deu um salto de 3,5%, em um dia em que o índice de referência de Hong Kong caiu 1,9%.
Os analistas esperam que a medida de Pequim impulsione as vendas de carros elétricos baratos em particular, dando aos fabricantes locais uma vantagem sobre os fabricantes estrangeiros, que estão presentes na China com modelos geralmente mais caros.
"O incentivo definido pelas autoridades ajudará o crescimento dos veículos elétricos", disse Susan Zou, vice-presidente da Rystad Energy, que espera que as vendas aumentem em 30% em 2024, um forte avanço em relação ao crescimento estimado para este ano, de cerca de 15%.
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