A Toyota tem uma abordagem diferente em relação ao carro elétrico. Ela não é contra, pelo contrário. Mas não o vê como a solução para todos os males e sempre preferiu trabalhar em uma série de tecnologias para alcançar a neutralidade de carbono.
E assim, estando engajada em várias frentes, a montadora japonesa está "demorando" na tecnologia de baterias de emissão zero. Tanto é assim que os acionistas, em uma reunião recente, levantaram algumas preocupações, fazendo referência direta à Tesla, líder mundial em vendas e com um último trimestre que registrou recorde de entregas.
No primeiro semestre de 2023, a Toyota vendeu 4,15 milhões de carros, mas apenas 0,19% eram 100% elétricos. Fazendo as contas: 78.850 unidades. A Tesla, exclusiva de carros elétricos, vendeu 888.000.
A alta diretoria japonesa se apressou em explicar que, considerando os modelos híbridos, de longe os mais populares da marca, em termos de eletrificação, a empresa não está mal posicionada. E o tempo para recuperar o atraso em relação aos elétricos puros existe, assim como a vontade. A Toyota, de fato, estabeleceu o ritmo nessa direção.
Com a chegada de Koji Sato, a empresa japonesa revisou os planos para carros com emissão zero. A empresa começou a trabalhar em uma nova plataforma de veículos elétricos, que chegará em 2026, e também começou a revisar os métodos de produção, escolhendo uma abordagem semelhante à da Tesla, com o uso da Giga Press para montar grandes seções da carroceria de uma só vez.
A Toyota também lançou uma série de estudos para integrar conceitos avançados de aerodinâmica em seus carros elétricos do futuro. Eles permitirão, junto com as baterias de nova geração, ter modelos com autonomia muito maior do que o bZ4X.
Para tranquilizar os acionistas, Takero Kato, presidente da Toyota, disse: "Eu amo carros elétricos, com os quais quero mudar o futuro dos carros e do trabalho". Além das palavras, há ações. Nos próximos meses, os frutos dessa revolução começarão a ser vistos, o que levará a montadora japonesa a vender 1,5 milhão de carros elétricos até 2026 (são esperados 10 novos modelos) e 3,5 milhões de carros elétricos até o final da década.
No Brasil, a Toyota também repete o discurso de se apoiar em várias frentes para a descarbonização com destaque para os veículos híbridos, sobretudo os híbridos flex no nosso caso. Nesse movimento, a montadora japonesa anunciou recentemente o investimento de R$ 1,7 bilhão para desenvolver um novo compacto híbrido flex no país.
Apesar disso, a marca disse que os carros elétricos também virão ao país, mas no "momento adequado". E para isso, a empresa contará com a marca de luxo Lexus, que dispõe de mais opções de modelos totalmente elétricos no portfólio, ao menos num primeiro momento.
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