A França parece ter largado na frente na disputa pela sede na nova fábrica de carros elétricos da BYD na Europa. Executivos da empresa estão há meses em negociações diretas com representantes do governo francês e visita recente do ministro da economia do país à China parece ter acelerado o processo.
Bruno Le Maire, que chefia a economia francesa, se encontrou diretamente com chefes da BYD e apresentou as "vantagens competitivas" da França para ser escolhida como sede da planta. "Estamos completamente seguros dos carros chineses e esperamos ver alguns deles produzidos na França", disse. Sobre o resultado do encontro, o ministério disse que "esperaria pela decisão da empresa no momento certo".
Detalhes sobre o investimento, como valores, ainda são desconhecidos. Certo mesmo é que a fábrica entrará em operação em 2025 e abastecerá todos os principais mercados da Europa. Para a região, especificamente, a BYD adotará a estratégia de construir fábricas novas e não aproveitar estruturas de outras marcas à venda.
Além da França, Alemanha e a Espanha também têm interesse no investimento. O único país descartado até o momento é o Reino Unido, que perdeu a disputa pela fábrica por conta do Brexit (movimento de saída da União Europeia que dificultou transações comerciais com a região).
Com produção estabelecida localmente, os chineses serão capazes de fornecer maior volume de veículos ao mercado e, ao mesmo tempo, escapar das complicadas gestões alfandegárias ou possíveis sanções econômicas. A sede administrativa europeia da empresa, inclusive, já foi estabelecida na Alemanha no ano passado.
O portfólio europeu da BYD é composto atualmente pelos modelos Tang, Atto 3 (Yuan Plus) Han, todos elétricos e importados da China. Os novatos Dolphin e Seal começarão a ser vendidos por lá em breve.
Além da Europa, a BYD tem investido em novas fábricas em outras regiões mundo afora. Em março, por exemplo, lançou a pedra fundamental da nova planta que será erguida na Tailândia e que começará a operar em 2024. Por fora, anunciou também a construção de fábrica no Vietnã e iniciou negociações para estabelecer plantas nas Filipinas e na Indonésia.
No Brasil, a marca adquiriu a antiga fábrica da Ford na Bahia e começará a produzir em 2024. Já na Índia, onde planejava investir US$ 1 bilhão, a BYD teve proposta de fábrica rejeitada pelo governo local, que alegou "preocupações de segurança com relação aos investimentos chineses". Os dois países tem vivido tensões políticas nos últimos anos.
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