Com vendas em alta no Brasil, BYD e GWM começam a provocar mudanças importantes no mercado automotivo. Em comum, as duas montadoras chinesas vendem exclusivamente modelos elétricos e híbridos, e com uma estratégia agressiva de posicionamento, preços e conteúdos, já começam a incomodar os fabricantes tradicionais.
Começando pela GWM, trata-se de uma das montadoras que defende uma solução eclética para a transição energética, isso dentro da eletrificação, ao oferecer modelos híbridos (HEV) e híbridos plug-in (PHEV), sem deixar de lado os totalmente elétricos (BEV), que serão representados pela submarca ORA, bem como os movidos a hidrogênio, ainda que em aplicações mais específicas.
Já a BYD encerrou de forma definitiva a produção de modelos exclusivamente a combustão no ano passado, se concentrando apenas nos híbridos plug-in (PHEV) e elétricos a bateria (BEV). Maior montadora global em vendas de eletrificados, a gigante chinesa está mudando o seu mix para uma participação cada vez maior dos totalmente elétricos.
Os modelos híbridos plug-in foram os mais cresceram dentro do segmento eletrificado no país. E no topo do ranking o destaque foi o GWM Haval H6 PHEV, com 602 emplacamentos em julho, seguido pelo rival também chinês BYD Song Plus (444). A dupla chinesa deixou o "veterano" Volvo XC60 (394) em terceiro lugar.
E falando dos híbridos (HEV), novamente a GWM foi destaque com a linha GWM Haval H6, que emplacou 351 unidades e ficou em terceiro entre os híbridos, sendo desbancando pela dupla Toyota Corolla e Corolla Cross Hybrid, best-sellers de longa data.
Passando aos carros elétricos a bateria temos a consolidação da BYD, que colocou 3 modelos no top 10: a montadora chinesa emplacou o BYD D1, um carro elétrico projetado para os serviços de aplicativo, como o mais vendido no mês passado com 143 unidades. Além disso, ocupou terceiro lugar com o BYD Yuan Plus e a quinta colocação com o BYD Dolphin.
O lançamento do BYD Dolphin por R$ 149.800 no final de junho provocou um movimento de queda de preços no segmento de carros elétricos de entrada. Modelos como o Caoa Chery iCar já baixaram de R$ 149.990 para R$ 119.990, enquanto o também chinês JAC e-JS1 foi de R$ 145.900 para R$ 135.900, sem contar o Renault Kwid E-Tech, que caiu de R$ 149.900 para R$ 139.990.
E o movimento que vimos é só o começo: em poucos dias a GWM promete esquentar a briga dos elétricos com o lançamento do GWM Ora 03, o carro elétrico compacto que custará na faixa de R$ 150.000 para brigar diretamente com o BYD Dolphin.
Além disso, a JAC Motors também irá entrar no jogo com o Yiwei 3 EV (no Brasil deve ser lançado com outro nome), um modelo totalmente novo com plataforma elétrica dedicada e porte similar ao dos modelos GWM e BYD.
E tem mais: em 2024 a BYD dará um golpe ainda mais forte com a chegada (já confirmada) do BYD Seagull, seu carro elétrico mais acessível que promete trazer os preços de entrada do segmento para a faixa dos R$ 100 mil.
Tudo isso é só o começo de uma mudança profunda no mercado, sobretudo de modelos eletrificados, influenciado pelas montadoras chinesas que terão produção nacional a partir do ano que vem.
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