Durante muito tempo, a ansiedade em relação à autonomia foi citada como a principal razão pela qual os compradores de automóveis não estão dispostos a mudar para veículos totalmente elétricos.
No entanto, as montadoras e os fabricantes de baterias fizeram avanços significativos nos últimos anos, a ponto de os veículos elétricos atuais oferecerem uma autonomia decente para o usuário comum.
Dito isso, ainda há obstáculos significativos que o segmento de veículos elétricos precisa superar, e o carregamento pode ser o mais importante, de acordo com o CEO da Ford Motor Company, Jim Farley. Falando no segmento "Special Report" da Fox Business, o executivo expressou sua opinião de que os consumidores não estão se comprometendo com os VEs porque têm "ansiedade de carregamento".
"Estamos entrando em contato com os consumidores em massa que têm muita ansiedade para carregar. Eles não têm ansiedade de alcance, eles têm ansiedade de carregamento", disse Farley. Seus comentários foram feitos em resposta à recente viagem de quatro dias da Secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, de Charlotte, na Carolina do Norte, a Memphis, no Tennessee, que levou alguns membros da equipe a bloquear um carregador com um carro a gasolina para "reservá-lo" para o carro de Granholm.
É bastante óbvio que a infraestrutura de carregamento dos EUA deixa muito a desejar em termos de cobertura e confiabilidade, mas há uma exceção notável: a rede Supercharger da Tesla. A Ford reconheceu isso no início deste ano, quando assinou um acordo para adotar a porta de carregamento NACS da fabricante de veículos elétricos em seus carros elétricos a partir de 2025.
Além dos desafios de carregamento, o chefão da Ford disse que os veículos elétricos também estão em desvantagem no mercado atual por causa de seus preços mais altos em comparação com as alternativas de motor a combustão. Ele sugeriu que os consumidores "não estão dispostos a pagar um ágio" pelos VEs, apesar do fato de que um número cada vez maior de modelos está sendo disponibilizado e os preços caíram em relação a um ano atrás.
A Ford ainda não oferece um carro elétrico acessível nos EUA, sendo que seu modelo mais barato é o Mustang Mach-E, que custa a partir de US$ 44.795 (incluindo uma taxa de destino de US$ 1.800) e será lançado aqui no Brasil em outubro. A Ford anunciou planos para lançar o SUV compacto Puma EV em 2024 na Europa, mas não há indicação de que ele chegará aos Estados Unidos ou demais mercados.
A General Motors cobre melhor o segmento acessível do mercado de veículos elétricos graças ao Bolt EV e ao EUV, que custam a partir de US$ 30.000, mas esses modelos serão descontinuados no final do ano. Ainda assim, a GM prometeu que o próximo Equinox EV de 2024 começará em torno de US$ 30.000 - existe até uma petição com o objetivo de fazer com que a General Motors cumpra sua promessa.
A GM também sugeriu que o Bolt de próxima geração, movido a Ultium, ficará abaixo da marca de US$ 30.000. A Tesla também anunciou planos para lançar um carro elétrico compacto com preço em torno de US$ 25.000.
Fonte: Fox Business
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Ford traça meta para picape elétrica "revolucionária": custo das chinesas
Volkswagen acelera nos elétricos em parceria estratégica com a Rivian
CEO da Ford dirige carro elétrico da Xiaomi no dia a dia: "é fantástico"
Metade de todos os carros elétricos do mundo são feitos na China
Ford pede aos clientes de elétricos que parem de usar carregadores da Tesla
Brasil lança plano nacional para impulsionar ônibus elétricos
Ford negocia retorno à Índia com fábrica de veículos elétricos