A questão da durabilidade das baterias de carros elétricos é um ponto crucial para quem pensa em comprar um modelo usado. A bateria, componente caríssimo feito de lítio, pode representar de 50% do valor do veículo. Na prática, se a bateria acaba, o carro também.
O estudo realizado pela Recurrent, empresa especializada em baterias, analisou um grupo de 15.000 carros elétricos e constatou que apenas 1,5% precisaram de troca de bateria (fora de recalls como o do Chevrolet Bolt).
Além disso, a degradação da bateria não é linear. Há uma queda inicial, mas depois a perda de capacidade se estabiliza por um longo período. A maioria das substituições ocorre dentro da garantia, que costuma ser de 8 anos ou 100.000 milhas (cerca de 160.000 km).
É importante ressaltar que os carros elétricos ainda são relativamente novos, então não há dados conclusivos sobre a vida útil total das baterias. Porém, as evidências sugerem que elas durem bem mais do que se imaginava inicialmente, já que raramente precisam ser trocadas, mesmo após o fim da garantia.
As fabricantes de carros geralmente estimam vida útil de 15 a 20 anos para as baterias. Mas por que tanta preocupação com degradação? As baterias de íons de lítio, usadas na maioria dos carros elétricos, perdem capacidade gradualmente com o passar do tempo. É um fenômeno natural, similar ao que ocorre com baterias de celulares e notebooks.
A boa notícia é que as baterias de carros elétricos são bem mais complexas e duráveis que baterias comuns. Elas são projetadas para durar muito além do período de garantia.
Examinar a vida útil exata de uma bateria é complexo por vários motivos:
No entanto, estudos feitos com Nissan LEAF e Tesla Model S, modelos elétricos pioneiros em circulação há uma década, apresentam resultados animadores: as baterias parecem ter bastante vida útil. Veja abaixo os índices de substituição:
A maioria das baterias ainda está em uso nos carros. Vale mencionar dois grandes recalls recentes causados por problemas nas baterias do Chevrolet Bolt EV e do Hyundai Kona Electric. Nesses casos, a garantia cobriu a substituição gratuita.
Fora dos recalls, o índice de troca de baterias é baixo, como aponta o gráfico. Os modelos LEAF e Model S, por serem mais antigos, apresentam naturalmente índices maiores de troca de bateria. É importante notar que a amostra analisada pela Recurrent pode não ser totalmente representativa da frota total de elétricos circulantes.
Analisando a troca de baterias por ano, vemos que carros mais antigos tendem a precisar de substituição com mais frequência. O pico em 2017 para o Chevrolet Bolt deve-se ao recall prioritário para modelos daquele ano. O texto destaca alguns casos específicos de troca de bateria em modelos Nissan LEAF e Tesla Model S de diferentes anos.
Sobre os dados utilizados, a Recurrent esclarece que acompanha as trocas de bateria ao longo do tempo, considerando recalls, relatos de proprietários e variações bruscas na autonomia dos veículos, que podem indicar substituição. A limitação de dados de telemetria para algumas marcas e anos de modelo impede que o estudo seja totalmente representativo de todos os carros elétricos.
O estudo apresenta ainda gráficos que mostram como a autonomia dos carros elétricos muda com o tempo, com base em observações de um grupo de 15.000 proprietários. Os gráficos mostram a variação prevista da autonomia em relação à distância percorrida (hodômetro), usada como indicador aproximado da idade do veículo.
Os gráficos incluem uma faixa sombreada que indica o desvio padrão dos dados. Isso significa que a maioria dos veículos terá estimativas de autonomia dentro dessa faixa.
Ainda que restrito a poucos modelos, o estudo traz dados interessantes sobre a vida útil das baterias e mostra que elas tendem a durar muito além da garantia. Além disso, vale destacar que estamos falando de tecnologia de baterias da década passada e que têm evoluído continuamente. Ou seja, as baterias dos carros elétricos atuais tendem a ser ainda mais duráveis e confiáveis.
Fonte: Recurrent
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