Hoje, o componente mais importante para um carro elétrico é a bateria. Não só por ser o que vai entregar a energia para fazer o veículo se mover, como também por seu custo alto de produção. A Renault quer mudar isso, buscando uma redução de aproximadamente 20% nos custos de fabricação das baterias e, para isso, uniu-se à LG e a chinesa CATL para adotar uma nova química e processos de produção melhores.

A Ampere, divisão da Renault especializada em veículos elétricos, passará a usar baterias de íon-lítio-fosfato (LFP) em seus carros, além ds unidades de níquel-cobalto-manganês já usadas atualmente. A tecnologia será usada tanto em modelos da Renault quanto da Alpine a partir de 2026, como uma tentativa de ter automóveis mais baratos e conseguir enfrentar as rivais chinesas, que já adotaram esta química há um tempo.

CATL no Salão Automóvel de Xangai

A empresa afirma que irá trabalhar com seus parceiros para criar uma “cadeia de valor” de fornecedores de componentes para carros elétricos na Europa. A CATL irá fornecer as células LFP feitas na Hungria, enquanto a LG adaptará a bateria para usar um sistema do tipo bolsa, “espremendo” as celulas para ocuparem menos espaço.

Além de usar um material mais barato, a Ampere espera melhorar as margens de lucro ao centralizar seus fornecedores, com o plano de reduzir os custos em 40% antes da próxima geração de veículos. Atualmente, a Renault já tem um dos carros elétricos mais baratos da Europa, com o Dacia Spring, o primeiro europeu do Renault Kwid E-Tech, vendido por 18.900 euros (R$ 114.866 na conversão direta) e que usa uma bateria de íon-lítio de 27,4 kWh.

Será um movimento importante para a Renault conseguir ser competitiva no futuro. Apesar das barreiras tarifárias na Europa, os carros chineses ainda tem um valor bem abaixo da maioria do mercado. E ainda existe a ameaça de outras fabricantes, como a Volkswagen, que recentemente prometeu que terá um compacto elétrico por 20.000 euros.