Desde que começou a vender carros híbridos plug-in no Brasil, a Volvo investiu em uma rede de carregadores em diversos locais, hoje com mais de mil pontos de recarga. Só que a fabricante está incomodada em investir quase que sozinha para ampliar a infraestrutura e decidiu começar a cobrar pelas recargas para veículos das outras marcas, que terão que pagar R$ 4,00 por kWh. A medida é só para as outras empresas, pois quem tem um Volvo continuará a poder carregar o seu elétrico sem nenhum custo.
De acordo com a Volvo, 75% das recargas feitas em seus 52 carregadores DC foram com carros de outras fabricantes. Os eletropostos rápidos começaram a ser instalados desde 2022 e, somente em 2023, foram responsáveis por 40 mil recargas, correspondente a 1 milhão de kWh consumidos. Porém, a empresa quer focar nos seus clientes e decidiu mudar sua estratégia para os postos.
A partir de 10 de julho, quem não tiver um carro da Volvo terá que pagar R$ 4,00 por kWh em seus carregadores rápidos – os wallbox não possuem a conectividade necessária para identificar o veículo. Ainda será cobrada uma taxa de conectividade de R$ 2,50 ao iniciar a recarga e também há uma “taxa de ociosidade” de R$ 5,00 por minuto. Essa ociosidade é para os casos em que o carregamento já foi concluído, mas o cliente não libera a vaga para outra pessoa, passando a cobrar essa taxa após uma tolerância de 15 minutos. Esta cobrança é a única que será aplicada também para os proprietários de modelos da Volvo.
Executivos da marca deixaram claro que há um descontentamento com as outras fabricantes, por não investir no aumento da infraestrutura de carregadores. Alguns afirmam que tem montadora que “só quer fazer marketing e despejar carro na rua, mas não quer discutir criação de rede [de carregadores]”. A Volvo teria tentado falar com outras empresas via ABVE e Abeifa, mas não teve resposta e afirma que, se quiserem “entrar no pacto”, está aberta para conversar.
“Ajudamos a pavimentar a eletrificação no Brasil e é gratificante acompanhar a consolidação crescente desse projeto que vai muito além da nossa marca. Com isso, é esperado que a infraestrutura para atender os veículos elétricos amadureça cada vez mais. Este é um novo passo que se torna necessário para seguirmos evoluindo de forma segura e abrangente, além de aprimorarmos o nosso atendimento, monitoramento e cobertura", afirma Marcelo Godoy, Presidente da Volvo Car Brasil.
Enquanto inicia a cobrança nos eletropostos rápidos, a Volvo segue com seu plano de instalar 101 carregadores DC no Brasil, dos quais 52 já foram inagurados. Para isso, a empresa sueca investiu R$ 70 milhões, aumentando a infraestrutura para permitir a recarga em trajetos diferentes, como em direção ao Centro-Oeste.
“Nosso objetivo é oferecer um futuro melhor para a mobilidade elétrica no Brasil. Com a nossa rede de eletropostos Volvo, já conseguimos conectar trajetos de mais de 2 mil quilômetros, como de Foz do Iguaçu (PR) ao litoral norte do Rio de Janeiro. Além de possibilitar rotas pelo litoral do país, também estamos focados no interior dos estados, como, por exemplo, a rota do agronegócio em Mato Grosso”, explica Guilherme Galhardo, Head de Eletrificação e Diretor de Digital da fabricante.
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