Europa reduz tarifa para a Tesla, mas mantém impostos para elétricos chineses
Bruxelas investiga subsídios à indústria automotiva chinesa
A União Europeia (UE) reduziu a tarifa de importação sobre veículos elétricos (EVs) da Tesla fabricados na China de 20,8% para 9%. A medida ocorre no contexto de uma investigação sobre os subsídios concedidos pelo governo chinês ao setor de EVs.
Por outro lado, a Comissão Europeia propõe aumentar os impostos sobre outros fabricantes chineses de carros elétricos, como BYD, Geely e SAIC, em até 36%. O objetivo é proteger a indústria automotiva europeia da concorrência desleal.
Em um projeto de decisão divulgado em 20 de agosto, a Comissão Europeia também ajustou levemente as tarifas adicionais sobre os maiores exportadores chineses para a Europa: BYD (reduzida para 17%), Geely (19%) e SAIC (36,3%) - todas ligeiramente menores do que anunciado anteriormente. Outras empresas que cooperaram com a investigação enfrentarão tarifas de 21,3%, enquanto as que não cooperaram terão uma sobretaxa de 36,3%.
O modelo Cupra Tavascan, produzido pela Volkswagen Anhui na China para a Seat, é um dos beneficiados com a tarifa reduzida de 21,3%. A Seat busca ainda uma redução adicional.
A decisão de cortar a tarifa da Tesla reflete demandas feitas por montadoras após a divulgação de tarifas provisórias em julho. Além da Tesla, Volkswagen e BMW também solicitaram ajustes. Segundo autoridades europeias, a Tesla recebeu menos subsídios do governo chinês em comparação a outras empresas, o que justifica a tarifa menor.
A UE concluiu em julho que os subsídios chineses ao setor de EVs causam danos econômicos à indústria europeia. Desde então, as vendas de carros elétricos chineses na Europa têm caído.
As tarifas definitivas devem entrar em vigor em novembro e terão validade de cinco anos. Estima-se que a medida reduza as importações de carros elétricos da China em 25%, impactando cerca de US$ 4 bilhões.
Indústrias europeias, como Mercedes-Benz e Volkswagen, se opõem às tarifas, temendo uma guerra comercial. A China é o maior mercado para essas montadoras.
Fontes: Bloomberg, Reuters
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