BYD pretende obter 50% de suas vendas nos mercados internacionais
Para driblar barreiras tarifárias, montadora chinesa continuará criando centros de distribuição
Mesmo com cada vez mais marcas pressionando governos para aumentar as taxações sobre modelos chineses importados - em especial o chefão da Tesla, Elon Musk - a BYD não parece ter mudado de estratégia sobre de alcançar mercados globais.
Na última segunda-feira, 26 de agosto, a vice-presidente executiva Stella Li disse “Nosso mercado externo será responsável por uma proporção relativamente grande de nossas vendas globais no futuro”.
Embora Li não tenha dado um prazo específico para a meta de vendas globais, isso exigiria um grande aumento na produção e nas entregas. A BYD está a caminho de atingir 500.000 vendas no exterior este ano, tendo atingido 270.000 nos primeiros sete meses – respondendo por cerca de 14% do seu total. A meta geral da BYD é vender aproximadamente 3,6 milhões de carros totalmente elétricos e híbridos plug-in em 2024, principalmente em seu mercado doméstico.
Para atingir a meta global, a BYD está investindo bilhões de dólares em instalações de produção e distribuição na Europa, Ásia e América do Sul para atender mercados locais e contornar barreiras comerciais que estão sendo levantadas contra veículos elétricos chineses. A União Europeia impôs no início deste mês uma taxa adicional de 17% sobre os carros da BYD, enquanto o Canadá e os EUA aplicaram taxas de 100%, acusando a China de trapacear no comércio ao subsidiar sua indústria automobilística.
A BYD tem uma fábrica em funcionamento na Tailândia e mais capacidade de fabricação sendo construída na Hungria, Brasil e Turquia. Ela se comprometeu a construir uma fábrica na Indonésia e está pronta para assinar um acordo de produção no México. No mês passado, ela assinou um acordo com a Uber Technologies para colocar 100.000 elétricos na plataforma da empresa de transporte por aplicativo, e foi uma das principais patrocinadoras dos torneios de futebol Euro 2024 e Copa América.
A meta de 50% de vendas globais provavelmente não será alcançada até o final da década, de acordo com a analista automotiva chinesa da Bloomberg Intelligence, Joanna Chen.
“Esse mix é uma história para 2030, ou até mais tarde”, disse Chen. “Entre os fabricantes chineses, o mix atual da Chery Auto é aproximadamente metade exportação e metade doméstica. Foi a primeira a ir para o exterior e agora é a maior marca chinesa em termos de exportações. Outros ainda dependem muito do mercado doméstico.”
A BYD tem vendido bem em países como Brasil, Israel, Tailândia e Austrália, mas os europeus continuam menos entusiasmados em comprar um elétrico, refletindo em um problema mais amplo para as montadoras tradicionais e estreantes em todo o continente. A BYD também se tornou a força dominante em seu mercado doméstico, ultrapassando montadoras ocidentais estabelecidas, como a Volkswagen, para vender três milhões de unidades no ano passado.
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