O ano de 2024 tem sido complicado para as vendas de carros elétricos na Europa. Após o fim dos subsídios estatais na Alemanha, a demanda nesse mercado despencou. Além disso, em outros países do continente europeu, os veículos elétricos não têm registrado o crescimento esperado. A maioria dos especialistas concorda que essa situação se deve, em grande parte, à ausência de modelos acessíveis.
Isso deve mudar em breve com a chegada de vários modelos de preço mais baixo. Renault e Stellantis, dois dos grupos europeus mais influentes, estão confiantes de que isso permitirá que a demanda se recupere rapidamente. “Podemos estar nos aproximando de um ponto de inflexão”, afirmou Thierry Koskas, CEO da Citroën, durante o Salão do Automóvel de Paris.
Citroën ë-C3 (2024)
A Citroën começou recentemente as entregas do novo ë-C3, um modelo com ticket médio na casa dos 22.590 euros (R$ 139.766) antes dos subsídios. A marca confirmou que, no primeiro semestre do ano que vem, o compacto ganhará uma nova versão ainda mais barata, na casa dos 20.490 euros (R$ 126.773), que terá uma autonomia de 200 km, inferior ao modelo atual, que rende 326 km no ciclo WLTP.
Citroen e-C3 Aircross (2024)
Haverá ainda a chegada do novo ë-C3 Aircross, que, apesar de ser notavelmente maior (4,40 metros de comprimento, em comparação aos 4,02 metros de seu irmão menor), tem um preço de 25.280 euros (R$ 155.962) em sua versão com 300 km no ciclo WLTP, que deve ter ainda uma versão de maior autonomia.
Dentro do grupo Stellantis, que detém nada menos que 18 marcas, tanto o ë-C3 quanto o ë-C3 Aircross terão vários derivados: Fiat Grande Panda e Multipla, a versão Opel do Aircross (chamada de Frontera) o futuro Jeep Renegade, dentre outros. Por enquanto, conhecemos apenas os preços do Frontera, tabelado em 24.500 euros (R$ 151.268). A autonomia, neste caso, é de 305 km.
Renault 4 no Salão de Paris
A Renault, por sua vez, acaba de apresentar o novo R4, que custará menos de 30.000 euros (R$ 185.277) e será oferecido em versões de 300 e 400 km de alcance no ciclo WLTP. Este pequeno SUV elétrico baseado no modelo clássico da francesa ainda terá o complemento do R5, também com inspiração retrô, cuja versão de entrada (prevista para 2025), com 312 km WLTP, deve ter um preço de 24.900 euros (R$ 153.822). Já em 2026, a marca ainda terá o retorno do Twingo, com promessa de ficar abaixo dos 20.000 euros (R$ 123.552).
O CEO do Grupo Renault, Luca de Meo, enfatizou durante uma entrevista recente que apenas com produtos desse tipo será possível mudar o rumo das conversas em torno dos carros elétricos. O executivo também destacou a importância de colaborar com a China, sublinhando o papel do gigante asiático no fornecimento de matérias-primas e baterias. “Sem uma boa cooperação com os chineses, acho que será mais difícil impulsionar a eletrificação na Europa.”" completou.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
China e União Europeia podem chegar a acordo sobre carros elétricos
O que a Fórmula E pode trazer de benefício para os carros elétricos?
"Ele não sabe fazer baterias": diretor da CATL critica Elon Musk
Abarth irá focar em carros elétricos na Europa; Brasil é dúvida
BYD ampliará investimentos para acelerar construção de fábrica na Bahia
BYD King sai por menos de R$ 150 mil em promoção de Black Friday
Electric Days: Energy Source já trabalha com montadoras reparo de baterias