Electric Days: Hyundai usa plástico e até esgoto para criar hidrogênio
Marca quer que seus modelos a célula de combustível possam ser abastecidos com H2 de diversas fontes
A Hyundai, assim como a Toyota, tem planos ambiciosos quando se trata do sistema de propulsão à hidrogênio. Utilizado no SUV Nexo, essa propulsão de célula de combustível combinada com motor elétrico é capaz de produzir 183 cv.
Lançado na Coreia do Sul em 2018, o modelo é a segunda experiência da marca em veículos leves (a primeira foi o Ix35 FCEV, lançado em 2013). Além do Nexo, há caminhões, ônibus, bondes e até mesmo embarcações com a tecnologia de célula de combustível da marca.
Hyundai Nexo
A Hyundai desenvolveu sua primeira célula de combustível em 1998 e continua acreditando nessa solução. Passados 26 anos, ainda há situações a serem resolvidas. A principal é criar o chamado “ecossistema do hidrogênio”, que engloba a produção, a distribuição e o uso desse gás como forma de descarbonizar o mundo.
Hoje, em todo o planeta, existem pouco mais de mil postos de hidrogênio para veículos, ou melhor: HRS, sigla de Hydrogen Refueling Stations (HRS). A Coreia do Sul é, proporcionalmente, o país mais avançado no setor, com 159 estações em seu território, que é pouco maior que o estado de Pernambuco. Já a Alemanha, que tem a área aproximada de Mato Grosso do Sul, dispõe de 105 HRS. O Japão tem 161 postos, a China tem cerca de 230 e os Estados Unidos têm apenas 76, sendo que 66 ficam na Califórnia.
Atualmente, 96% da produção de hidrogênio no Brasil usa base fóssil, a partir do gás natural, um dos subprodutos da extração do petróleo, gerando o que é conhecido como "hidrogênio cinza". Quando se aquece o gás natural em alta temperatura em um reformador, um dos elementos liberados é o hidrogênio. Para a Hyundai, esse processo não combina com o processo de descarbonização da empresa, e por isso, busca alternativas mais ecológicas, como o etanol brasileiro, mas também de restos de comida e até de esgoto, num processo chamado de Waste-to-Hydrogen, extraindo o dióxido de carbono e produzindo assim hidrogênio.
Hyundai no Electric Days Brasil 2024
Há ainda o Plastic-to-Hydrogen, onde plásticos que não podem ser derretidos sofrem um processo de micronização, que reduz as partículas para um tamanho máximo de 0,04 cm, e depois é gaseificado por meio de calor infravermelho, em um sistema hermeticamente fechado, a uma temperatura inferior a 450°C, para depois separar os elementos resultantes desse processo.
Por enquanto, caso venha a comercializar modelos a hidrogênio na região, a marca deverá focar em veículos pesados e de transporte, devido ao custo.
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