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Ford terá fábrica de elétricos na Indonésia, maior produtora de níquel

15ª economia mundial, Indonésia se consolida como polo estratégico para a indústria de VEs

Ford F-150 Lightning - produtor

Após enfrentar sérios desafios na China e na Europa, a Ford direciona seu foco para a Indonésia, um mercado com grande potencial inexplorado no segmento de eletrificados. O país, que é o maior produtor mundial de níquel, atraiu a montadora norte-americana para a construção de uma nova fábrica de veículos elétricos.

Investimento estratégico em níquel e infraestrutura

Desde 2022, a Ford tem buscado reforçar sua presença na Indonésia, retornando ao mercado local após seis anos de ausência por meio de uma parceria com a RMA Group, baseada em Bangcoc. Recentemente, a marca anunciou sua intenção de estabelecer uma planta de veículos elétricos no país, em uma localização estratégica ao lado de seu projeto conjunto de processamento de níquel, avaliado em US$ 4,5 bilhões. 

Esse projeto de mineração e processamento de níquel, situado na ilha de Sulawesi, tem como objetivo produzir até 120 mil toneladas anuais de produtos intermediários de níquel, usados em cátodos de baterias para carros elétricos. As operações estão previstas para 2026, e o investimento total soma 67,5 trilhões de rúpias indonésias (cerca de 4 bilhões de euros).

Produção do Ford F-150 Lightning

Atraindo montadoras globais 

A Indonésia vem utilizando suas vastas reservas de níquel como alavanca para atrair grandes fabricantes automotivos, como Ford e Volkswagen. Desde a posse do presidente Prabowo Subianto em outubro de 2024, o governo tem intensificado as negociações com montadoras para fomentar a criação de empregos e a produção local.

O país planeja aumentar gradativamente os requisitos de conteúdo local em veículos elétricos, passando para 40% até 2026 e alcançando 80% até 2030. Além disso, com uma população jovem e um mercado automotivo ainda em desenvolvimento, a Indonésia oferece uma base promissora para fabricantes que buscam expandir no sudeste asiático e além.

Galeria: Ford Van Dyke Electric Powertrain Center

Foco em exportações 

Embora a Ford ainda não tenha confirmado publicamente os planos para a nova fábrica, o governo indonésio está otimista. Segundo o vice-ministro da Indústria, Faisol Riza, a montadora prometeu concretizar o investimento em 2025. Além de atender ao mercado interno, a planta deve priorizar a produção para exportação, especialmente para a região Ásia-Pacífico.

O projeto de processamento de níquel já é considerado um "projeto estratégico nacional", com expectativa de gerar cerca de 12 mil empregos na construção civil. Esse movimento faz parte de uma estratégia mais ampla da Indonésia, que desde 2020 proibiu a exportação de minério de níquel não processado, buscando desenvolver uma cadeia industrial local robusta. 

Indústria global de olho no níquel da Indonésia

Além da Ford, outras empresas globais, como SK On, CATL e LG, também estão explorando as reservas indonésias de níquel. Há rumores de que a Tesla já recebeu sua primeira remessa de material à base de níquel proveniente do país. 

A Indonésia tem se destacado como uma das economias de crescimento mais rápido no mundo, com o Produto Interno Bruto (PIB) se consolidando como o maior do Sudeste Asiático. Atualmente, o país ocupa a 15ª posição entre as maiores economias globais, e as projeções indicam que pode subir ainda mais no ranking nas próximas décadas.

No setor automotivo, a Indonésia já se posiciona como o segundo maior mercado da região, atrás apenas da Tailândia, e busca ampliar sua relevância com investimentos estratégicos em veículos elétricos. Este cenário reflete o potencial do país para atrair novas montadoras, impulsionar a produção local e fortalecer sua posição no comércio internacional.