Brasil vende mais eletrificados plug-in que o resto da América Latina
Região avança impulsionada por marcas chinesas; Uruguai e Costa Rica são destaques em taxa de adoção
De acordo com análise publicada pela BloombergNEF em dezembro de 2024, a América Latina deve registrar a venda de 184 mil veículos elétricos (incluindo BEVs e PHEVs) no fechamento do ano passado. Apesar de ser um volume modesto quando comparado aos 11,8 milhões de unidades vendidas na China, esse crescimento representa uma mudança significativa no mercado automotivo da região.
Historicamente, a adoção de veículos eletrificados plug-in na América Latina enfrentou desafios, como os altos custos iniciais dos modelos elétricos. No entanto, a chegada de opções mais acessíveis, principalmente de montadoras chinesas como BYD e GWM, tem impulsionado a adoção. Em dois anos, a participação de mercado dos NEVs (híbridos plug-in + elétricos) passou de 2% para mais de 6%.
O levantamento realizado pela BloombergNEF mostra o aumento significativo das vendas de veículos elétricos e híbridos plug-in na região nos últimos anos. Entre os destaques estão:
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Brasil: Lidera com folga as vendas totais de NEVs, refletindo o tamanho de seu mercado automotivo.
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México e Colômbia: Mostram um crescimento consistente em números absolutos.
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Costa Rica: Se destaca com a maior participação percentual de NEVs no mercado, com 16%.
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Uruguai: Aparece em segundo lugar, com 15,6% de participação.
País/Região | Vendas de EVs (2024) | Participação de EVs (%) |
---|---|---|
Brasil | ~125 mil | ~6% |
México | ~40 mil | ~3% |
Colômbia | ~15 mil | ~2% |
Costa Rica | ~5 mil | 16% |
Uruguai | ~3 mil | 15,6% |
Resto da América Latina | ~21 mil | Não especificado |
Perspectivas
A previsão da BloombergNEF indica que, até 2028, os eletrificados plug-in poderão representar entre 10% e 20% das vendas de novos veículos na região. Esse crescimento pode ser acelerado pelas iniciativas de montadoras chinesas de estabelecer produção local. A BYD, por exemplo, planeja começar a montar veículos no Brasil em maio de 2025, com previsão de alcançar a produção total até o final do mesmo ano. Já a GWM também tem planos de iniciar suas operações no país em 2025. Isso sem falar nas novas marcas que estão se preparando para desembarcar no país, a exemplo de GAC, Geely e muitas outras.
A fabricação regional de carros elétricos a bateria e híbridos plug-in deve reduzir custos e aproximar os preços dos veículos elétricos dos modelos com motores à combustão interna. Esse fator pode ser decisivo para aumentar ainda mais a participação dos EVs no mercado automotivo.
Embora o mercado de veículos elétricos na América Latina ainda esteja em estágios iniciais de desenvolvimento, o avanço significativo registrado em 2024 destaca o potencial de crescimento na região. A combinação de modelos mais acessíveis, aumento da produção local e políticas de incentivo indica que a transição para a mobilidade elétrica está ganhando força, mesmo enfrentando desafios significativos.
Fonte: BloombergNEF
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