Dirigimos o BYD Song Plus, o primeiro veículo híbrido plug-in da montadora chinesa a ser lançado no Brasil. Disponível em pré-venda desde setembro, o SUV médio tem como objetivo ampliar as vendas da marca ao entrar na seara dos modelos eletrificados com motores a combustão, ou seja, o meio termo entre os totalmente elétricos e os carros convencionais.
Novato por aqui, o BYD Song Plus já existe na linha da BYD na China há alguns anos. Por lá, ele é oferecido também em uma variante totalmente elétrica (que não tem planos de ser lançada por aqui, ao menos por enquanto) e com um destaque: somados os emplacamentos PHEV + BEV (híbrido plug-in + elétrico), ele é o veículo mais vendido da BYD no mundo, considerando o acumulado até outubro.
Lançado na China em 2015 apenas como BYD Song, o SUV médio passou pelo primeiro facelift em 2018, com grandes mudanças no visual. No ano seguinte, veio uma nova geração e a nomenclatura Song Pro DM, no caso da versão híbrida plug-in, sendo que logo em seguida, já em 2020, foi lançado o modelo Song Plus: ele tinha ficado maior, mais largo e mais baixo, além de adotar um posicionamento superior ao do seu antecessor.
Com visual baseado na linguagem de design 'Dragon Face', que remete a elementos tradicionais da cultura chinesa, o BYD Song Plus é um SUV médio e mede 4.705 mm de comprimento, 1.890 mm de largura e 1.680 mm de altura, com 2.765 mm de distância entre eixos. Apenas para comparação, o SUV híbrido plug-in chinês é maior que os utilitários Jeep Compass, Honda CR-V e Toyota RAV4, por exemplo.
Atual e dinâmico por fora, o Song Plus tem um interior atraente, que se destaca pela boa qualidade de construção, visual moderno e suficiente para acomodar cinco ocupantes com conforto. O porta-malas acomoda 574 litros, que pode ser ampliado para 1.477 litros com os bancos traseiros rebatidos.
Entre os destaques, está a tela central com 12,8" que abriga o sistema de informação e entretenimento (que não conseguimos avaliar, pois o sistema ainda não havia sido traduzido nestas unidades de teste) enquanto o painel emprega mais de um tipo de textura, sempre com qualidade e agradável ao toque.
Estão disponíveis câmera panorâmica de 360° junto com um sistema de imagem que permite visualizar a parte inferior do veículo, abertura elétrica do porta-malas, acesso e partida sem chave, volante multifuncional e atualizações remotas OTA de série.
Além disso, o sistema DiPilot tem mais de 20 funções de assistência ao motorista, incluindo controle de cruzeiro adaptativo e alerta de saída de faixa, junto com o mais recente sistema ESP 9.3 da Bosch.
Para o primeiro contato com o Song Plus, a BYD organizou um test drive entre a zona sul de São Paulo (SP) e a Ecoparada Madero, que fica no km 44 da via Castelo Branco. Foram cerca de 100 km rodados exclusivamente em vias expressas e rodovias, o suficiente para uma impressão inicial muito boa do SUV híbrido.
Sentado no banco do motorista, a ergonomia, visibilidade e localização dos comandos são favoráveis. Logo de cara, fica evidente o bom nível de acabamento e a ausência quase total de ruídos externos: a cabine é bem isolada acusticamente.
Nas primeiras aceleradas, em meio ao trânsito ainda carregado, o SUV híbrido já começou agradando. Pisando fundo, a aceleração é progressiva e agradável. Trabalhando com a suavidade do câmbio de dupla embreagem e 7 velocidades, ele não dá aquele 'soco', mas a entrega é condizente com os dados informados do conjunto híbrido formado pelo motor 1.5 litro com 110 cv de potência, que combinado com a unidade elétrical de 179 cv entrega um total de 235 cv e 40,8 kgfm de torque combinado.
Como o trecho praticamente não tinha curvas, ainda é cedo pra falar do comportamento em situações limite, mas a julgar pelo contato inicial a dinâmica de condução é muito boa, com pouca oscilação da carroceria, embora a configuração do Song Plus esteja mais pra conforto do que pra esportividade.
No trajeto, testei os três modos de condução: Eco, Normal e Sport, cada um dando uma personalidade diferente ao SUV híbrido, mas não existe uma diferença gritante entre os modos. De qualquer forma, o modo Eco surpreendeu pelo bom gerenciamento de energia: saímos do ponto de partida com 24% de carga da bateria, que atingiu um pico de 27% durante o trajeto e no final retornou aos mesmos 24% do momento de partida.
O BYD Song Plus DM-i é o primeiro modelo da marca a ser oferecido no Brasil com a mais recente da tecnologia híbrida desenvolvida internamente. No sistema DM-i, o motor elétrico desempenha o papel principal ao impulsionar o veículo na maior parte do tempo, enquanto o propulsor a combustão atua mais como um gerador para carregar a bateria.
De fato, os modelos híbridos contam com aquela ajudinha do motor elétrico por padrão, mas aqui ficou a impressão de que a BYD deu um passo adiante. Em uma condução normal, sem afundar o pé, o SUV parece na maior parte do tempo um veículo elétrico e não um híbrido, deixando o motor a combustão como um verdadeiro coadjuvante, que só é acionado quando se pisa realmente fundo no pedal. E com um detalhe: como eu disse um pouco antes, o nível de isolamento acústico é impecável para um veículo desse segmento. Ponto para a BYD.
Durante a apresentação, a BYD demonstrou uma viagem do Espírito Santo a São Paulo sem nenhuma parada para recarga. Ao todo, o Song Plus percorreu quase 1.100 km com um único tanque de combustível, no que se revela uma ótima autonomia combinada (motor a gasolina + motor elétrico).
Desde que a bateria esteja totalmente carregada (são 2 horas e 30 minutos para carregar completamente a bateria de 8,3 kWh usando um carregador AC), dá pra dirigir o SUV usando o modo totalmente elétrico por 51 km pelo padrão NEDC.
O interessante é que durante o lançamento do BYD Song Plus híbrido plug-in, que custa R$ 269.990, a montadora chinesa também anunciou a estreia do Yuan Plus totalmente elétrico no país, que será vendido exatamente pelo mesmo preço. Ou seja, a marca quer passar uma mensagem de que a escolha é do cliente quanto ao tipo de propulsão.
Falando especificamente do Song Plus, é um modelo que cobra um preço mais baixo do que os principais concorrentes híbridos plug-in que já estão à venda no Brasil e oferece uma tecnologia híbrida bem interessante em termos de eficiência e consumo, sem contar o bom nível de qualidade e conforto. O rival mais direto é o Caoa Chery Tiggo 8 Pro, que custa R$ 10 mil adicionais, mas tem melhor desempenho e mais autonomia no modo elétrico. Já o Jeep Renegade 4xe, tem especificações similares, mas custa bem mais caro: R$ 349.990.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Novo BYD Song Plus 2025 é lançado no Chile pelo equivalente a R$ 237 mil
EUA: boom secreto de produção de baterias para carros elétricos
BYD Song L e Song Plus estreiam novo sistema híbrido com alcance de 1500 km
Novo GAC Aion UT: hatch elétrico faz estreia oficial e pode vir ao Brasil
BYD Song Plus com visual reestilizado é flagrado no Brasil pela 1ª vez
BYD vai desafiar Hyundai e Kia com elétricos acessíveis na Coreia do Sul
BYD Song Plus é atualizado com novo conjunto híbrido plug-in na China