O Série 3 é uma das maiores referências quando falamos em BMW. Mesmo não sendo a família mais luxuosa da marca, é um dos favoritos ao redor do mundo e não fica devendo em diversos aspectos aos seus irmãos maiores. Ainda não há um Série 3 100% elétrico, mas o BMW i4 é uma deliciosa prévia do que ele poderia ser.
Tivemos nosso primeiro contato com o BMW i4 no Brasil em uma rápida volta com a versão M50, a mais potente, com dois motores elétricos, e que tem toques da divisão esportiva, apesar de ainda não ser um legítimo M elétrico, algo que ainda está em desenvolvimento e deverá aparecer nos próximos anos. De qualquer forma, um prazer.
Se quiser simplificar, é um Série 4 Gran Coupé eletrificado. Usa a plataforma CLAR que encontramos nas famílias Série 3 e 4, mas com algumas mudanças para ser elétrico. Com 4.783 mm de comprimento, 2.856 mm de entreeixos e 1.852 mm de largura, só varia a altura na comparação com o Série 4 GC. Tanto que o Série 4 GC é conhecido pelo código G26, enquanto o i4 é o G26E.
No assoalho, o conjunto de baterias que, apesar de fornecido pela CATL (eDrive40) e Samsung (M50), são produzidas seguindo os parâmetros da BMW. São 83,9 kWh de capacidade bruta, 80,7 kWh úteis, que dão uma autonomia de 590 km e 520 km nas versões mais mansa e na mais nervosa, respectivamente. Tem uma capacidade de recarga de 11 kW em AC e 200 kW em DC, indo de 10 a 80% em 31 minutos nessa máxima.
No eixo traseiro, ambos recebem o mesmo motor que está no BMW iX, mas com outra programação de força. São 340 cv e 43,8 kgfm de torque, números que já seriam bem interessantes. Mas o M50 recebe mais um motor dianteiro, que totaliza 544 cv e 81,1 kgfm de torque quando somados. Com isso, vai aos 100 km/h em 3,9 segundos com máxima de 225 km/h.
No restante, passa como um Série 4. O i4 tem alguns detalhes, como a grade fechada e algumas mudanças aerodinâmicas como as rodas, mas tem inclusive a polêmica grade dianteira nada discreta, maçanetas integradas na carroceria, faróis fullLEDs inteligentes. Obviamente não há uma saída de escape e a tomada de recarga está no lugar do bocal de abastecimento de combustível.
Por dentro, inclusive, o i4 vem com a nova interface de multimídia, com duas telas integradas em um só conjunto curvo. Volante, acabamentos e até o seletor de marchas e de modos de condução são conhecidos da família 3 e 4 da BMW, um agrado em tempos de elétricos tão diferentes, como o próprio iX.
Não posso falar muito sobre como ele anda, já que foram duas voltas em um traçado mais curto no complexo do Panamericano. Cones, chicanes e pista molhada limitavam a experiência com o novo elétrico que, ao menos para mim, poderia entregar muito mais sensações, força e dirigibilidade do que ali tive contato. Mas vamos lá.
O bom da mesma base é que, se você já conhece o Série 3 ou 4, estará familiarizado com o i4. Posição de dirigir muito boa dos modelos dessa plataforma CLAR, com diversos ajustes. Ergonomia idem, com tudo bem pensado para o motorista, menos a regulagem de intensidade da regeneração, que poderia estar em aletas no volante como os concorrentes já aplicam, mas estão em um submenu no sistema multimídia.
Controle de largada é algo bem interessante em um elétrico. A força disponível de imediato jogam o i4 M50 para frente, com a ajuda da tração integral, com uma força comparável ao M3 em largada. O emulador de som até tenta dar uma sensação de ronco, mas ainda não estamos julgando isso como fascinante, apenas legal. Os freios respondem bem com boa modulação.
A suspensão, parte que a BMW trabalhou bastante no i4 com elementos M e sistema pneumático na traseira, segura a carroceria com a ajuda dos amortecedores adaptativos. Direção direta é algo também conhecido dessa base, mas não foi possível extrair muito do i4 nessas voltas curtas. A regeneração é boa, mas foi o que deu para sentir nesse primeiro contato. Já estamos o esperando para um teste completo.
O BMW i4 vem bem equipado com diversos assistentes de condução, dois carregadores (wallbox e um portátil), sistema de som assinado pela Harman Kardon, ar-condicionado de 3 zonas e outras tecnologias, como esperamos de um BMW. O i4 eDrive40 custa R$ 496.950, enquanto o M50 custa R$ 596.950.
O interessante do i4 é que ele não tem aquele visual de carro do futuro, uma vantagem para muita gente, porém com o moderno conjunto elétrico da BMW, já aplicados em outros modelos. Aos que querem saber como seria ter um Série 3 100% elétrico, algo que ainda irá acontecer no futuro em uma nova base, é um bom começo.
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