Primeiras impressões: BMW iX2 xDrive30 elétrico é melhor que o a combustão
Inédita opção elétrica da nova geração do SUV cupê chegará ao Brasil no segundo trimestre
De Cascais (POR) - A nova geração do BMW X2, apresentada no ano passado, trouxe consigo uma inédita opção elétrica batizada de iX2. O SUV cupê deve ter a comercialização iniciada no mercado brasileiro ainda no segundo trimestre de 2024 e o Inside EVs Brasil foi um dos poucos convidados na América Latina para andar na novidade.
Na Europa, o BMW iX2 será oferecido em duas configurações: a sDrive20 com motor único e a xDrive30 de dois motores e tração integral. A última tem grandes chances de chegar primeiro ao Brasil. É difícil falar de preços antes do lançamento, mas como a expectativa é de que o X2 a combustão não chegue aqui por menos de R$ 400 mil, dificilmente o iX2 custará menos.
Uma estreia de nova geração
A BMW tomou cuidado para não fazer apenas um X1 com traseira diferente. Apesar de compartilhar alguns traços, o iX2 tem faróis diferentes, acompanhados por uma grande grade dianteira, que cai bem nas proporções maiores do SUV cupê. Nas laterais, as maçanetas são embutidas como no X1 e, na caixa de rodas traseira, um perfil mais muscular e largo, dando ênfase a um perfil mais esportivo.
A traseira é mais bonita ao vivo que nas fotos. Os cortes retos, as lanternas que invadem a tampa traseira e até mesmo um extrator e aerofólio formam um pacote que não lembram outros SUVs da família. Como um SUV-cupê, a caída do teto em direção ao fim do carro é acentuada a partir da coluna C, não prejudicando muito o espaço dos ocupantes do banco traseiro.
O carro que avaliamos em Portugal trazia um conjunto de duas telas, a de 10,25" para os instrumentos e 10,7" para o sistema multimídia, que pode inclusive ter jogos casuais por uma plataforma de streaming. O novo BMW iDrive tem o Quick Select, uma novidade para facilitar o uso das principais funções.
É difícil falar do que será item de série no Brasil por enquanto, ainda mais que o carro que avaliamos estava repleto de equipamentos que são opcionais na Europa. Entre eles está o nível mais alto de sistema de auxílios à condução. Além de itens mais tradicionais, como controle de cruzeiro adaptativo e auxiliar de centralização em faixa, neste nível o X2 permite que se mude faixa apenas acionando a seta e se olhando para o lado. O carro faz manobra sozinho se for possível.
Em dimensões, o novo BMW iX2 mede 4.554 mm de comprimento, 2.692 mm de entreeixos, 1.845 mm de largura e 1.560 mm de altura. O porta-malas da versão elétrica leva 525 litros, 35 litros a menos que o X2 a combustão. O modelo cresceu em dimensões na comparação com o X1 de nova geração para se distanciar do modelo que lhe deu origem, mas é pesado por conta das baterias: são 2.020 kg. O modelo elétrico usa rodas de 17" para ajudar na autonomia.
Para empurrar tudo isso, o BMW iX2 conta com um par de motores elétricos, um em cada eixo, entregando de forma combinada 313 cv de potência e 50,3 kgfm de torque. O sistema é alimentado por uma bateria de íons de lítio com 64,8 kWh de capacidade usável. Em corrente alternada, pode-se carregá-la a até 11 kW, ou até 22 kW opcionalmente. Em corrente contínua, o número vai a 130 kW. A BMW promete a recuperação de 120 km de autonomia em 10 minutos utilizando-se um carregador rápido.
Mesmo pesando mais que o modelo a combustão, o iX2 ainda acelera de 0 a 100 km/h em 5,6 segundos, somente 0,2 segundo mais lento que o X2 a gasolina mais rápido (M35i xDrive). Ainda assim, a autonomia declarada entre cargas do BMW iX2 xDrive30 é de ao menos 417 km pelo ciclo WLTP. A velocidade máxima é limitada a 180 km/h.
De gasolina, só senti falta do cheiro
Não importa por onde você olhe o novo iX2, sob todos os ângulos a nova geração do SUV cupê da BMW parece maior. O efeito é mais sentido na dianteira, onde a grade de grandes proporções aumenta a sensação de porte. A traseira, que parecia um tanto disforme nas imagens, ao vivo é bem equilibrada.
O volume de três quartos na traseira (área entre a coluna C e a caixa de roda) tem um trabalho extra de linhas e volumes para deixar o conjunto mais harmônico. E esse novo iX2 não pode ser confundido com um carro de nenhuma outra marca, exceto a própria BMW.
Por dentro, a cabine traz a familiaridade com o X1, com as telas curvadas envolvendo o motorista, ainda ladeado por um console central flutuante com alavanca de câmbio por botão. O acabamento em si não tem apontamentos, é tudo que se espera de um BMW e nada menos. Claro, a BMW está fugindo do couro tradicional e oferecendo cada vez materiais sintéticos sem origem animal. Mas para quem não é extremamente versado no tema, é difícil ver a diferença.
Mas isso era o esperado. O que surpreendeu foi realmente o tamanho da cabine. Todo o incremento nas medidas se traduziu num espaço maior para os ocupantes. Mesmo tendo um teto com caimento de cupê, o novo iX2 ainda leva adultos no banco traseiro sem muita dificuldades. E, claro, mesmo os ocupantes traseiros são tratados com o mesmo nível de luxo e acabamento da dianteira.
E todas essas informações acabam se somando na hora de dirigir. O BMW X2 a combustão já parecia bastante silencioso. Sem o motor a gasolina, o iX2 surpreendeu pelo silêncio a bordo, mesmo na comparação com outros modelos elétricos de marcas premium. Ao abrir a janela no trânsito, você até toma um susto com o barulho externo, tamanho o isolamento. Com um coeficiente aerodinâmico de apenas 0,25 cx, usar o iX2 em velocidades rodoviárias permanece sendo uma tarefa muito tranquila, pois não há barulho de vento ou ruído de rodagem dos pneus perceptível.
E na hora de acelerar fundo, o iX2 não decepciona, entregando uma experiência de arrancada até mais emocionante que seu equivalente a combustão. Com o X2 a gasolina, o iX2 ainda tem em comum um excelente controle de carroceria, demonstrando pouco rolamento de carroceria nas mudanças de direção graças ao sistema de suspensão adaptativo.
Galeria: Primeiras impressões BMW iX2 xDrive30
Apesar de o contato com o BMW iX2 ter sido somente de 40 km por excelentes rodovias portuguesas, o SUV cupê elétrico da marca surpreendeu pelo excelente acabamento e silêncio a bordo, sem ter aberto mão do desempenho e da experiência atrás do volante que a BMW se orgulha tanto. Sendo bem sincero, tendo andado no mesmo dia com o X2 e o iX2, o elétrico me impactou mais e, de combustão interna, senti falta apenas do cheirinho de gasolina.
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