O debate sobre a mobilidade elétrica no Brasil vai ganhando cada vez mais espaço. No entanto, há opiniões divergentes sobre qual caminho a indústria nacional deve seguir nos próximos anos. Em evento na Rio Oil and Gas na última semana, Ricardo Mussa, CEO da Raízen, a gigante brasileira de energia e combustíveis, fez um forte questionamento sobre os incentivos para veículos elétricos enquanto o país possui o etanol como combustível.
O executivo destacou que a disseminação dos carros elétricos pelo mundo se deve principalmente ao apelo ambiental. Mas pondera que no caso do Brasil já existe uma solução que é o etanol:
"Será que a prioridade de um país como o nosso, que precisa de tanto investimento em outras áreas é patrocinar a eletrificação?", pergunta.
Mussa ainda completa que não seria inteligente acelerar a eletrificação no Brasil, pelo fato da cadeia do etanol ter impacto ambiental menor que a do carro elétrico.
"Quando se põe o etanol na mesma régua, vemos que ele é menos poluente que o carro elétrico. Já temos algo que é real".
O executivo ressalta que os países que estão investindo e dando incentivos aos veículos elétricos não têm as opções disponíveis no Brasil: "O país tem uma vantagem competitiva enorme na parte ambiental que não se vende bem", observa.
Como o Brasil ainda não tem um modelo definido para a eletrificação a discussão ainda segue aberta com diferentes pontos de vista. E para ficar no próprio setor de cana-de-açúcar, uma solução que tem sido discutida é o desenvolvimento da pioneira célula de combustível a etanol - uma solução que pode aliar a propulsão elétrica às baixas emissões.
Pesquisadores apostam que as células de combustível devem ganhar espaço em países de grande extensão territorial, como é o caso do Brasil. Uma das empresas que apostam nessa tecnologia é a Nissan, que já trabalha no desenvolvimento de um promissor veículo movido a células de combustível de bioetanol.
Fonte: Canal Energia
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