Seguindo firme com seu ambicioso plano de eletrificação, a Volkswagen promoveu nesta segunda-feira (15), nos moldes do Tesla Battery Day, o seu primeiro 'Power Day'. No evento online, apresentou seu roteiro de tecnologia para baterias e carregamento de veículos elétricos que definirá os rumos do grupo desde agora até o ano de 2030.
Ponto fundamental na transição para a mobilidade elétrica dentro do Grupo Volkswagen, este roteiro tem como objetivos principais simplificar a produção de baterias e reduzir consideravelmente os custos de produção, tornado assim, o carro elétrico mais acessível, permitindo a sua massificação de forma mais rápida.
“A mobilidade elétrica tornou-se o negócio principal para nós. Agora estamos integrando sistematicamente estágios adicionais na cadeia de valor. Asseguramos uma pole position de longo prazo na corrida pela melhor bateria e melhor experiência do cliente na era da mobilidade com emissão zero”, disse Herbert Diess, presidente do Conselho de Administração do Grupo Volkswagen.
O ponto chave da apresentação é um novo sistema de baterias. Seu conceito propõe que os veículos elétricos gradualmente passarão a adotar um formato único de células de baterias (célula unificada).
É como se fosse uma espécie de plataforma modular de bateria, em que a marca adota um mesmo formato e caso necessite de um carro com maior ou menor autonomia, faz as ajustes apenas na composição química, seja o LFP (ferro-fosfato de lítio) para os veículos de entrada, rico em manganês (eliminando o caro cobalto e reduzindo a quantidade de níquel) para modelos de maior volume ou ainda o NCM (níquel, cobalto e manganês).
De acordo com a empresa, essa simplificação no processo permitirá um ganho fundamental em termos de eficiência na produção de carros elétricos.
"Nosso objetivo é reduzir o custo e a complexidade da bateria e, ao mesmo tempo, aumentar seu alcance e desempenho", afirma Thomas Schmall, Membro do Conselho de Tecnologia do Grupo Volkswagen."Isso finalmente tornará a e-mobilidade acessível e a tecnologia de acionamento dominante".
Esta célula unificada promete ainda redução significativa de custos. Sua chegada ao mercado está prevista para 2023 e o objetivo é que ela esteja instalada em 80% dos veículos elétricos de todas as marcas do Grupo Volkswagen até 2030.
Falando da química das baterias, a Volkswagen também está usando no momento ânodos feitos de silício em vez de grafite, uma tecnologia presente no Porsche Taycan e no Audi e-tron GT, de acordo com a fala de um porta-voz da marca no 'Power Day'.
Já as aguardadas baterias de estado sólido devem ficar prontas somente em 2025, conforme previsto inicialmente. Mais eficientes, elas devem agregar 30% de autonomia em comparação às células atuais e reduzir o tempo de carregamento pela metade. Outro ponto importante será a redução do tempo de recarga em postos ultra-rápidos, diminuindo dos 25 minutos atuais para apenas 12 min depois de 2025.
Além da otimização das células, a economia também virá da implantação de métodos de produção mais eficientes e ampla reciclagem. Na prática, a Volkswagen quer reduzir de forma gradual os custos de bateria no segmento de entrada em até 50% e no segmento de volume em até 30%.
Para alcançar o objetivo, a Volkswagen fez parcerias com empresas como a Northvolt, LG, SK Innovation e CATL, entre outras e irá construir seis giga fábricas na Europa até 2030, sendo que cada uma delas terá uma capacidade de 40 GWh por ano, ou 240 GWh de produção total.
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Fonte: Volkswagen
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