A F1 é um esporte que, sem dúvidas, consome dinheiro como nenhum outro no planeta. As somas envolvidas são enormes e, para ser jogador, você precisa ter acesso a boas quantias. O prestígio e o status da Fórmula 1 atrai algumas das pessoas mais ricas do planeta. Então, vamos dar uma olhada neles.
Para começar, pense naquele adesivo da Claro na asa traseira do carro da Red Bull. A Claro é a parte sul-americana da America Movil, um grupo de telecomunicações que emprega quase 200.000 funcionários e está sediada na Cidade do México, cujas receitas informadas são de cerca de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 275 bilhões). Seu presidente, Carlos Slim Helu, tem um patrimônio líquido atual de US$ 62,8 bilhões (aproximadamente R$ 345 bilhões), de acordo com a Forbes - no momento em que este artigo foi escrito, ele é o 16º homem mais rico do mundo.
Ele, junto com o filho Carlos Slim Domit, tem sido a força financeira por trás de Sergio Pérez, que se juntou à equipe em 2021. Sua carreira está intrinsecamente ligada à família Slim por meio da empresa de telecomunicações Telmex.
Dietrich Mateschitz é o cofundador, 49% proprietário e diretor administrativo da Red Bull, a empresa de bebidas energéticas proprietária da Red Bull Racing e da AlphaTauri. O austríaco de 76 anos ama tanto a F1 que comprou não uma, mas duas equipes (Jaguar e depois Minardi).
Sua história é a seguinte: na Tailândia, ele se deparou com uma bebida chamada Krating Daeng e descobriu que ajudava a curar seu jetlag. Depois de colaborar com seu criador, Chaleo Yoovidhya, eles lançaram uma versão ‘ocidentalizada’ chamada Red Bull em 1987, que rapidamente se tornou o líder mundial no lucrativo mercado de bebidas energéticas.
A primeira conexão da Red Bull com o automobilismo foi por meio do patrocínio de Gerhard Berger, e mais tarde ela controlaria 60% da equipe Sauber, até se desentender com Peter Sauber. Em novembro de 2004, Mateschitz comprou a equipe Jaguar Racing da Ford, e um ano depois - com Berger - comprou a equipe Minardi de Paul Stoddart, rebatizando-a de Scuderia Toro Rosso.
Dirigida por Christian Horner, a Red Bull Racing venceu o Campeonato Mundial de F1 quatro vezes com Sebastian Vettel. A STR, que é a equipe júnior da Red Bull, venceu seu primeiro GP com Vettel em 2008 e recentemente foi renomeada como AlphaTauri, para promover a marca de moda da Red Bull.
Mateschitz também é dono do Red Bull Ring em Spielberg, casa do GP da Áustria. Yoovidhya morreu em 2012, e seu filho Chalerm (que não é estranho ao paddock) agora possui 51% da empresa, tecnicamente o tornando o dono da equipe mais rico da F1 - embora seja, pelo menos metaforicamente, o nome de Mateschitz o que mais aparece.
O piloto ativo mais rico da F1 é Lewis Hamilton. O heptacampeão mundial tem um salário de cerca de US$ 55 milhões por ano (R$ 302 milhões), e seu patrimônio líquido está entre US$ 300 e US$ 500 milhões (R$ 1.6 e R$ 2.7 bilhões). Os acordos com a Mercedes, Tommy Hilfiger, Monster Energy, Bose, Puma, IWC, Sony, Gran Turismo e MV Agusta provavelmente aumentaram seu saldo bancário para o topo desta faixa.
Acredita-se que o homem com quem Hamilton está empatado em termos de campeonatos mundiais, Michael Schumacher, valha entre US$ 600 e US$ 800 milhões (R$ 3.3 e R$ 4.4 bilhões). A Forbes o listou duas vezes como atleta mais bem pago, em 1999 e 2000, e afirma que seus ganhos anuais na Ferrari chegaram a US$ 80 milhões por ano, (cerca de R$ 440 milhões).
Há muitas pessoas ricas associadas aos eventos da Fórmula 1, como o magnata dos setores imobiliário e hoteleiro de Singapura Ong Beng Seng, que foi fundamental para sua cidade atrair uma corrida para suas ruas. Ou que tal o investidor do Circuito das Américas de Austin, John DeJoria? O cofundador dos produtos para cabelo Paul Mitchell também vale alguns bilhões de dólares. O Príncipe Albert de Mônaco também é considerado um bilionário, cujo Principado hospeda a corrida mais famosa do calendário.
E ainda há Bahrein e Abu Dhabi, cujos GPs são efetivamente administrados por suas famílias reais. A riqueza pessoal da família real do Bahrein é considerada superior a US$ 4 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) - o príncipe herdeiro Salman é um apoiador altamente visível da corrida anual e da F1 em geral. Ele também é um investidor na McLaren, via Mumtalakat, o fundo soberano da ilha do Golfo. Acredita-se que seus ativos valham US$ 17 bilhões (R$ 93 bilhões).
Enquanto isso, o emir de Abu Dhabi, o Sheikh Khalifa, controla a autoridade de investimentos que, com US$ 875 bilhões em ativos (R$ 4.8 trilhões), é a maior quantia administrada por um chefe de estado. A fortuna de sua família também é estimada em US$ 150 bilhões (R$ 825 bilhões).
A mais recente adição da F1 ao calendário, o GP de Miami, adiciona mais riqueza à ‘família’ da F1. Stephen M. Ross, o dono do Miami Dolphins na NFL, tem um patrimônio líquido pessoal de mais de US$ 7,5 bilhões (aproximadamente R$ 41,25 bilhões).
A incorporadora imobiliária, cuja empresa estava concorrendo para comprar a Fórmula 1 antes que a Liberty Media fechasse o negócio, assinou um contrato para trazer a F1 para Miami que demorou para entrar em vigor devido à oposição dos residentes locais e à pandemia de Covid-19.
Tendo mudado o foco do centro de Miami para suas próprias instalações no Hard Rock Stadium, Ross está preparado para construir uma pista em seus estacionamentos ao custo de US$ 40 milhões (R$ 220 milhões). Ele sediará sua primeira corrida em 2022.
A Liberty Media comprou a Fórmula 1 da empresa de private equity CVC por US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25,3 bilhões) em 2017. A Liberty é controlada por John C. Malone, um bilionário americano que é considerado o maior proprietário privado de terras da América. Seu patrimônio líquido, de acordo com a Forbes, é de US$ 7,8 bilhões (R$ 42,9 bilhões).
A Liberty Media divulgou recentemente - em um documento regulatório junto à Securities and Exchange Commission - que a remuneração de seu CEO, Greg Maffei, subiu para US$ 47,1 milhões em 2020 (R$ 259 milhões), vindo principalmente de concessões de ações e opções. Seu salário base era de US$ 871.800 (R$ 4,8 milhões).
Bernie Ecclestone, o ex-presidente-executivo da Fórmula 1, vale mais de US$ 3 bilhões (R$ 16,5 bilhões). Ele permaneceu como presidente emérito da F1 até 2020.
O piloto da Aston Martin, Lance Stroll, guia efetivamente para seu pai, Lawrence, cujo patrimônio líquido é de US$ 3,2 bilhões (R$ 17,6 bilhões), segundo a Forbes. No início de 2020, Stroll liderou a compra da Aston Martin por US$ 235 milhões (R$ 1.3 bi) e rebatizou sua equipe de Fórmula 1 (anteriormente Racing Point), que ele comprou no verão de 2018 por mais de US$ 100 milhões (R$ 550 milhões).
Stroll Sr. é o mentor por trás da Michael Kors e vendeu suas últimas ações na empresa em 2014. Antes disso, ele trouxe as marcas Pierre Cardin e Ralph Lauren para o Canadá e, junto com o investidor de Hong Kong, Silas Chou, investiu na Tommy Hilfiger e, em seguida, desenvolveu de forma semelhante a marca Michael Kors. Stroll é um colecionador renomado de Ferraris e comprou uma Spider 275 GTB/4 por US$ 27,5 milhões (R$ 150 milhões) em 2013.
O pai do piloto da Haas, Nikita Mazepin, Dmitry, é o acionista majoritário e presidente do conselho da Uralchem Integrated Chemicals Company. Ele entrou na lista de bilionários da Forbes em 2014 e 2015, tendo comprado a Uralkali de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 27,5 bilhões) - a maior produtora de potássio do mundo cujo nome aparece nos carros Haas - em 2013. Anteriormente, ele trabalhou com as empresas petroquímicas TNK e Sibur, e formou pela primeira vez sua própria empresa em 2004, que desde então foi incorporada à Uralchem.
Mazepin também fez uma oferta para assumir a Force India em 2018, mas perdeu a briga para Stroll.
O pai do piloto da Williams, Nicholas Latifi, Michael, é o proprietário, presidente e CEO da Sofina Foods. Por meio de uma empresa de investimentos que ele também controla, ele investiu US$ 200 milhões (R$ 1.1 bi) no McLaren Group em 2018.
Latifi Sr. deixou sua terra natal, o Irã, e foi para o Canadá aos 15 anos de idade, e se refugiou lá depois que o Xá foi derrubado em 1979. Ele juntou seu diploma de negócios com sua formação em engenharia para abrir uma empresa de processamento de alimentos em Toronto em 1995, chamada Viena, que cresceu até a Sofina Foods, que fatura US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões). Ele tem paixão pela Ferrari, tendo comprado (e dirigido) o carro de Michael Schumacher F2004 e o de Kimi Raikkonen F2007.
Com novas regras e limites de orçamento no horizonte para as equipes, a Fórmula 1 finalmente conseguiu controlar seus custos do ponto de vista competitivo. Mas isso não impedirá que os ‘super-ricos’ se envolvam e ajudem a impulsionar as receitas.
A inclusão de uma segunda corrida nos Estados Unidos - lugar em que os proprietários de franquias esportivas multimilionárias são a regra, só vai aumentar o perfil da F1 à medida que expande seu calendário sob a supervisão de Liberty. A influência da série Drive to Survive da Netflix e o ativismo social de Lewis Hamilton ao lado de seu sucesso nas pistas, também devem dar espaço para um maior crescimento graças a um destaque mais amplo.
A aquisição da Williams por US$ 180 milhões (R$ 990 milhões) pela empresa de investimentos norte-americana Dorilton Capital pode não ser a última mudança de mãos ou injeção de dinheiro. O patrocínio é outro bom termômetro da saúde financeira da F1, e vimos a Cognizant assumir os direitos do título na Aston Martin, a Oracle se tornar um grande jogador na Red Bull e o TeamViewer se tornar o terceiro maior patrocinador da Mercedes.
Como frequentemente afirma o chefe da McLaren, Zak Brown, a F1 é um lugar “para ficar famoso rapidamente”. E não está mostrando sinais de desaceleração tão cedo.
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