Os modelos da Mini sempre foram conhecidos pelo seu estilo único e diversos elementos que dão um charme extra em toda a sua linha. Ao mesmo tempo, dentro do grupo BMW, está entrando com força na eletrificação ao redor do mundo. Antes do Mini Cooper SE, o hatch 100% elétrico que está chegando ao Brasil, a marca de origem britânica já vendia o Countryman SE ALL4, o SUV compacto híbrido plug-in.
O Countryman quebrou a tradição da Mini quando foi apresentado em 2010, colocando a empresa no já aquecido segmento de SUVs. A atual geração, apresentada em 2016 e reestilizada em 2020, foi o primeiro modelo híbrido da marca inclusive por aqui, já com as mudanças visuais aplicadas - basicamente novos faróis, lanternas "Union Jack", parachoques revisados e um novo painel de instrumentos com uma tela de alta definição e atualização no sistema multimídia.
Produzido sobre a plataforma UKL, usada em diversos modelos do grupo BMW, é naturalmente para tração dianteira ou integral. No caso do Countryman SE ALL4, a dianteira tem o motor 1.5 turbo de 3 cilindros com 136 cv e 22,4 kgfm, já conhecido das versões de entrada da Mini e BMW, ligado ao câmbio automático, com conversor de torque, de 6 marchas - em outras versões, este motor está acoplado a um dupla embreagem de 7 marchas, que ainda não conversa com a eletrificação.
Na traseira, o motor elétrico de 88 cv e 16,8 kgfm toma a responsabilidade do trabalho tanto sozinho quanto em conjunto com o 1.5 turbo e, neste caso, são 224 cv e 39,3 kgfm. A bateria de 9,6 kWh está abaixo do banco traseiro, dividindo espaço com o tanque de combustível, aqui reduzido para 36 litros ante os 51 litros dos demais Countryman. A tomada de recarga fica no para-lama dianteiro esquerdo.
Por fora, pouco identifica o Countryman SE. A não ser pelo S em verde e poucos logos específicos da versão híbrida, ele não carrega nenhuma mudança para as demais versões. Na versão TOP, as rodas de 19" se destacam e a carroceria pode ter a cor diferente do teto e capas dos retrovisores, com a opção de faixas no capô. Faróis, luzes diurnas, faróis de neblina e as lanternas são em LEDs, um charme principalmente pelos aros iluminados dos faróis de neblina e o desenho das lanternas "Union Jack".
Por dentro, o destaque está para o painel de instrumentos. Ele troca o tradicional conta-giros analógico com computador de bordo por uma tela inteira - que na verdade é em TFT apenas na parte central e não tem o mesmo charme do anterior - que muda de cor conforme o modo de condução selecionado. Por botões tipo dos encontrados em aviões caça, o carro pode variar entre Green, Mid e Sport, enquanto o modo híbrido vai de MAX eDrive (que deixa a condução 100% elétrica), Auto eDrive (modo que faz a seleção entre elétrico e combustão automaticamente) e o SAVE, que dá a preferência pelo combustão para manter ou recarregar as baterias.
Se você já dirigiu um Countryman desta geração, pouco irá diferenciar do SE. Ajuste de direção e suspensão seguem como conhecido do SUV, com um acerto mais firme e dinâmico que, aos que procuram mais conforto, pode não ser uma opção. Ele repassa bastante o que encontra pelo asfalto, em compensação tem uma das melhores dirigibilidade do segmento, quase um hatchback. A direção é direta e rápida, apesar de um pouco pesada para manobras quando o colocamos em comparação com concorrentes como o Volvo XC40.
Como um híbrido plug-in, o Countryman SE dá preferência pelo motor elétrico. Em poucos momentos ele pede "ajuda" ao 1.5 turbo, o deixando reservado para velocidades mais altas de cruzeiro, acima dos 90 km/h. Mesmo assim, o motor a combustão é conhecido por já ser econômico nos outros Mini e aqui ajuda a chegar aos 45,7 km/l na cidade (modo Auto eDrive e Green) e mesmo na estrada, onde o elétrico praticamente se mantém desligado, chegou aos 25 km/l. A transição entre eles é suave e só fica perceptível pelo ronco característico do tricilíndrico.
E o melhor é ver que todo esse conjunto se conversa muito bem. São 224 cv combinados com uma suspensão e direção com acerto mais dinâmico que deixam o Countryman híbrido um bom...Mini. A aceleração de 0 a 100 km/h foi cumprida em 6,4 segundos em nossos testes, melhor que os 7,8 segundos do S com o 2.0 turbo testado pelo Motor1.com, mesmo sendo cerca de 100 kg mais pesado. Eletrificado, mas ainda divertido.
Um ponto interessante é que o Mini Countryman SE não possui o sistema "one pedal", aquele onde o motor elétrico exerce força contrária para ajudar na frenagem. O sistema de freios é bem calibrado e já se aproxima mais da sensação de pedal que encontramos em modelos tradicionais, um "problema" dos híbridos e elétricos e sua sensação artificial.
Apesar disso tudo, o Countryman ainda tem a proposta familiar. Já falamos sobre a suspensão mais firme, mas é algo que até chega a se acostumar. Porém, o espaço interno não é um dos melhores, principalmente no banco traseiro. Tanto para as pernas quanto para os ombros, é aceitável para 2 ocupantes na segunda fileira, com tanto que o pessoal da primeira não seja tão altos. Vai bem para uma família com crianças, por exemplo. No porta-malas, que não é afetado pelas baterias, são 405 litros e possui abertura e fechamento elétrico nesta versão.
A Mini oferece diversos pacotes opcionais para o Countryman SE, que tem preço inicial de R$ 259.990. Já vem bem equipado e fica bem próximo em valor do Volvo XC40 Recharge Momentum (R$ 259.950), o híbrido plug-in mais barato do nosso mercado. O carro testado está com o pacote TOP e Connected Navigation Plus, que adicionam as rodas de 19", sistema de navegação GPS, Apple CarPlay sem fio, sistema de som Harman Kardon banco do motorista elétrico e outros itens.
Como testado, o Countryman SE custa R$ 295.690 (com cor metálica e interior marrom), porém fica devendo um piloto automático adaptativo ao menos como opcional, assim como qualquer outro assistente de condução. É aqui que o Volvo XC40 pode se destacar em suas versões mais caras, mas sem o comportamento dinâmico do Mini.
E este foi o primeiro passo da Mini na eletrificação. Muito ainda deve acontecer, principalmente após a apresentação do Mini Cooper SE, o hatch 100% elétrico. Aos que ainda preferem os híbridos e não querem algo tão conservador, o Countryman SE é boa opção pelo preço que custa.
Fotos: Leo Fortunatti (InsideEVs Brasil)
MOTOR |
combustão: dianteiro, transversal, 3 cilindros em linha, 12 válvulas, 1.499 cm³, duplo comando de válvulas com variador na admissão e escape, injeção direta, turbo, gasolina elétrico: eixo traseiro |
POTÊNCIA/TORQUE |
combustão:136 cv a 4.400 rpm; 22,4 kgfm de 1.250 rpm elétrico: 88 cv (65 kW) e 16,8 kgfm combinados: 224 cv; 39,3 kgfm de torque |
TRANSMISSÃO | automático de 6 marchas, tração integral com elétrica no eixo traseiro |
SUSPENSÃO | independente McPherson dianteira e multibraços na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 19" com pneus 225/45 R19 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e traseira |
PESO | 1.715 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.297 mm, largura 1.822 mm, altura 1.559 mm, entre-eixos 2.670 mm |
CAPACIDADES | porta-malas 405 litros, tanque 36 litros, bateria 9,6 kWh |
PREÇO | R$ 259.990 (R$ 295.690 como testado, pacote TOP) |
MEDIÇÕES INSIDEEVS BRASIL (gasolina) | ||
---|---|---|
Mini Countryman SE | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h |
3,0 s |
|
0 a 80 km/h | 4,5 s | |
0 a 100 km/h | 6,4 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em S | 4,6 s | |
80 a 120 km/h em S | 4,3 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 38,2 m | |
80 km/h a 0 | 24,3 m | |
60 km/h a 0 | 13,4 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 45,7 km/litro | |
Ciclo estrada | 25 km/kwh |
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