A transição para a mobilidade zero emissões no Brasil foi um dos temas abordados na entrevista de Marina Willisch, vice-presidente da GM América do Sul, para o Estadão nesta semana. A executiva falou sobre os principais desafios da GM e um pouco da sua visão para a transição energética.
Logo no início, a executiva foi questionada sobre os investimentos na mobilidade elétrica para o Brasil, a exemplo do que está acontecendo nos Estados Unidos. Willisch disse que ainda não arrisca previsões e citou o plano global da GM que vem sendo executado desde 2017 para zero emissões, acidentes e congestionamentos.
Ela completa que em breve, a escolha do automóvel será feita pelo tipo de produto e não pelo preço, isso porque os preços dos carros elétricos tendem a cair, em que pese a necessidade de investimentos para a sua produção em massa.
"Temos de mostrar os benefícios do carro elétrico. Outro dia saí daqui com um Bolt que estava com 350 km de autonomia e cheguei em casa com 370 km. É mágico. Mas, claro, é preciso que o consumidor tenha esse tipo de experiência."
Em seguida, o tema foi o encerramento da produção de carros com motores a combustão pela GM, de acordo com o anúncio feito recentemente pela empresa. Nesse ponto, Marina Willisch diz que os carros com motores de combustão ainda permanecerão por muito tempo no Brasil e que isso não representa exatamente um problema, citando melhorias nesse tipo de propulsor para melhor eficiência energética. No entanto, ao fim ela completa: "seja como for, todas fabricantes do setor vão migrar para a eletrificação."
Por último, a executiva citou os desafios recentes enfrentados pela indústria automotiva e destacou a capacidade de superação e adaptação da GM.
Recentemente, em outra entrevista, Marina também falou sobre a transição energética no país e disse que qualquer planta da GM, em tese, pode ser adaptada para a produção de carros elétricos. No entanto, ainda não confirmou quando isso irá ocorrer aqui no país.
De uma forma geral, o plano global de transição para os carros elétricos e com outras tecnologias zero emissão em nível global até 2035 é bastante interessante e também ambicioso. No entanto, o Brasil ainda não tem uma política clara para a transição energética e isso, em parte, dificulta uma projeção mais clara de como poderíamos acelerar rumo à mobilidade elétrica por aqui.
Fonte: Estadão
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