Carros elétricos atingem ponto de inflexão na China e Europa
A demanda do consumidor em ambas as regiões está impulsionando as vendas, não apenas as políticas públicas, diz a Bloomberg
A transição para a mobilidade elétrica já é um fato, ainda que ocorra em ritmos diferentes ao redor do mundo, mas em mercados como a Europa e a China parece que o momento de inflexão já chegou, quando as vendas de carros elétricos decolam a tal ponto em que não há mais volta.
Segundo a fala da head de transporte eletrificado da BloombergNEF, Aleksandra O’Donovan, durante a cúpula anual da empresa de pesquisa em São Francisco, esses dois mercados (os maiores do mundo em VEs) atingiram o ponto de inflexão nos últimos dois anos.
Nesses dois mercados os carros elétricos representaram cerca de 4% das vendas de veículos novos no final de 2019, sendo que no ano passado a participação no total de vendas de carros novos atingiu impressionantes 15% na China e 20% na Europa.
Na verdade, nem o mercado e nem a BNEF esperavam um crescimento tão rápido. Ao justificar por que as previsões não haviam captado esse rápido avanço, O’Donovan disse que a própria demanda dos consumidores está impulsionando os mercados chinês e europeu. Não se trata apenas de uma questão ambiental ou de incentivos governamentais para a aquisição desses carros, pois as pessoas por conta própria estão percebendo suas vantagens e comprando cada vez mais veículos elétricos.
Trazendo isso em números, os chineses compraram 3,3 milhões de carros elétricos no ano passado, enquanto os europeus adquiriram 2,3 milhões. Apenas como referência, no Brasil foram emplacados 1.974.431 de veículos novos considerando todos os tipos de propulsão em 2021.
"Nos ocorreu que esses dois mercados atingiram seus pontos de inflexão - disse O'Donovan aos participantes da cúpula - O que sabemos agora é que esse ponto de inflexão acontece quando os consumidores ficam animados com os carros elétricos."
Esse ponto, disse a analista, pode chegar quando os carros elétricos representam 10% ou mais das vendas de veículos novos. Daí vem a pergunta: quais serão os próximos mercados a romper essa barreira? O'Donovan disse que a Coreia do Sul ultrapassou a marca de 10% no terceiro trimestre do ano passado. A América do Norte, por sua vez, terminou o ano abaixo de 8% — mas está em rápido crescimento.
No Brasil, se considerarmos apenas os veículos totalmente elétricos, desconsiderando os híbridos convencionais e híbridos plug-in, o percentual de participação foi de apenas 0,14%, com 2.801 unidades de carros elétricos emplacadas em 2021. No entanto, o crescimento deve ocorrer de forma cada vez mais acelerada nos próximos anos, ainda que não haja uma política definida o segmento.
Fonte: Bloomberg
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