Com o objetivo de promover e avançar com a mobilidade elétrica no país, o Senado aprovou em Plenário na semana passada um projeto que institui a Frente Parlamentar Mista pela Eletromobilidade.
Trata-se do Projeto de Resolução (PRS) 64/2021, do senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), que tem o objetivo específico de promover debates e iniciativas a respeito de políticas públicas e outras medidas que estimulem a mobilidade elétrica no Brasil, tendo como ponto chave a adoção do carro elétrico no Brasil.
Mas a finalidade da frente parlamentar vai além dos veículos elétricos. Entre elas, promover o debate sobre o desenvolvimento sustentável do país em conjunto com inovações tecnológicas para oportunizar cidades inteligentes asseguradas por energias renováveis em benefício de toda a sociedade.
O autor do projeto afirmou que a eletromobilidade é a mais importante ferramenta para alterar a realidade caótica das cidades:
“Barata, rápida e sem poluir, é capaz de transformar a vida de cada um dos habitantes de uma cidade, direta ou indiretamente”, expôs.
Favorável à matéria, o relator, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), ressaltou que a indústria automotiva mundial vem passando por um grande processo de transformação e, em um futuro próximo, os veículos elétricos vão compor a maioria da frota mundial. Para o senador, o país está atrasado nesse debate.
O Brasil precisa encontrar soluções para substituir os motores a combustão e desenvolver tecnologias de propulsão elétrica que permitam o uso eficiente das fontes de energia que temos disponíveis. Do contrário, corremos o risco de inviabilizar nossa indústria automotiva. Precisamos começar a discutir a tecnologia que vamos desenvolver ou utilizar, quais padrões serão adotados ou como iremos adaptar as distribuidoras de energia para o atendimento dessa nova demanda, afirmou Izalci.
A discussão é bastante pertinente, principalmente considerando que o país ainda não possui uma política para a transição energética, ficando atrás, inclusive, de países vizinhos, mais avançados nessa questão. Outro tema de destaque na frente parlamentar será a poluição do ar e seu impacto negativo na qualidade de vida, inclusive com perdas para os cofres públicos.
“Diante do bem-estar e qualidade de vida, a eletromobilidade significa menos doenças respiratórias causadas pela poluição que, segundo o Ministério da Saúde, aumentaram mais de 14% nos últimos dez anos, consumindo mais de R$ 1,5 bilhão anuais do Orçamento público”, explicou.
No escopo do projeto, também está a mobilidade elétrica por meio do uso energias renováveis, como a eólica e solar, combinam em um só sistema tecnológico a transformação conjunta dos setores automotivos e energético. Nesse sentido, o relator ressalta os recursos minerais, como o nióbio e o cobre, necessários à expansão e desenvolvimento energético para construção leve e armazenamento de energia.
O presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), Adalberto Maluf, comemorou a decisão de criação da Frente Parlamentar em entrevista ao Canal Solar,
"A Frente pela Eletromobilidade é de grande importância para o país. É o Congresso Nacional se integrando ao debate mundial sobre transportes e energias renováveis", disse.
Vale lembrar que nos últimos meses, a ABVE participou de várias reuniões no Congresso Nacional para viabilizar a proposta. “A eletromobilidade é a grande fronteira tecnológica da economia mundial, e a Frente Parlamentar ajudará o Brasil a inserir a sua economia nessa transição o mais rápido possível”, disse Maluf.
Fonte: Agência Senado
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