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Tesla evitou crise do níquel com acordos secretos, inclusive com a Vale

Marca assinou acordos com vários fornecedores desde 2021, incluindo um contrato de vários anos com a gigante brasileira Vale

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Como já citamos em notícias anteriores, a invasão russa da Ucrânia teve um imenso efeito sobre o fornecimento global de níquel, um componente crítico na produção de baterias para carros elétricos.

Com a Rússia sendo um dos maiores produtores mundiais de níquel (17% da capacidade global para o níquel classe 1 refinado), os preços triplicaram em apenas dois dias em meados de março, assim que ficou claro que a operação militar iniciada em 24 de fevereiro seria mais longa que o esperado.

Embora o preço tenha se estabilizado desde então, com o níquel atualmente sendo negociado a um valor 30% mais alto do que antes da invasão na London Metal Exchange, a crise do níquel continua afetando muitos fabricantes de veículos elétricos. Mas não a Tesla, aparentemente.

Acordos secretos

A fabricante de veículos elétricos dos EUA teria assinado acordos secretos com vários fornecedores de níquel a partir de 2021, incluindo um contrato de fornecimento de vários anos com a gigante de mineração Vale S.A. O acordo ainda não anunciado de forma oficial abrange níquel do Canadá, disseram fontes não identificadas à Bloomberg.

Ao contrário da maioria dos fabricantes de carros elétricos, a Tesla passou anos focando em como garantir seus próprios suprimentos de níquel como parte do foco de Elon Musk na integração vertical para manter o controle sobre a cadeia de suprimentos da empresa.

"As pessoas não percebem o quão à frente a Tesla está quando se trata de proteger a cadeia de suprimentos de matérias-primas e uma abordagem integrada aos materiais de bateria."

Todd Malan, porta-voz da Talon Metals

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Embora a mineradora sediada aqui no Brasil não tenha comentado seu acordo com a Tesla, ela disse que planeja aumentar a participação de suas vendas para o mercado de veículos elétricos para a faixa de 30-40%, a partir dos atuais 5%.

Além do acordo com a Vale, a Tesla tem vários outros contratos com empresas de mineração de níquel, todos forjados ao longo do último ano. Em janeiro, a fabricante de VEs comprometeu-se a comprar 75.000 toneladas de concentrado de níquel de um projeto que está sendo desenvolvido em Minnesota pela Talon Metals Corp.

Acordos anteriores são com a maior mineradora do mundo, o GRUPO BHP, para matéria-prima da Austrália, e os operadores de uma mina de níquel na Nova Caledônia.

O CEO da Tesla disse repetidamente que a oferta de níquel era a maior preocupação da empresa, pois é o que impulsiona a produção. Essa preocupação é justificada, pois a demanda por níquel para o setor de baterias deve subir para cerca de 1,5 milhão de toneladas em 2030, a partir das 400.745 toneladas este ano, de acordo com a Bloomberg NEF.

Em uma conferência de resultados realizada há dois anos, Musk instou as empresas de mineração a produzirem mais níquel.

"Por favor, mais níquel. A Tesla lhe dará um contrato gigante por um longo período de tempo se você minerar níquel de forma eficiente e ambientalmente sensível."

O níquel é um componente-chave para os cátodos das baterias de carros elétricos, e a Tesla usa químicas baseadas em níquel para seus modelos de longo alcance.