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Paridade de preço entre carro elétrico e a combustão fica mais distante

Principal causa é o aumento no custo da matéria-prima para as baterias

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Uma das grandes questões em torno dos carros elétricos é a paridade de preço em relação aos carros a combustão, que é considerada a principal barreira para a disseminação da mobilidade elétrica.

O principal passo para chegar a esse objetivo é a queda no custo da bateria, o componente mais caro do carro elétrico. No entanto, a ruptura na cadeia global de fornecedores elevou os preços das matérias-primas às alturas e jogou um balde de água fria em termos de um processo mais rápido de queda do custo, que recentemente havia se aproximado do patamar de US$ 100 por kWh. 

Galeria: Produção de sistemas de bateria do Mercedes-Benz EQS

A pandemia de covid e a ruptura na cadeia de abastecimento causaram uma disparada de preços das principais matérias-primas como lítio, níquel e cobalto, entre outros metais raros, forçando um aumento no custo de produção das baterias para veículos elétricos, elevando o preço final em um movimento contrário ao que se observou na indústria nos últimos anos: de queda no preço final dos carros elétricos. 

Como exemplo, podemos citar a CATL que é a maior fabricante mundial de baterias para veículos elétricos. A gigante chinesa teve que renegociar os preços com os principais clientes para suportar a pressão do aumento nos custos de matérias-primas. Vale lembrar que a CATL é fornecedora da Tesla, a montadora que mais vende carros elétricos no mundo. 

Galeria: Rivian - Instalações de tecnologia de bateria

E pra ficar na própria Tesla, já é possível observar um aumento no preço dos carros elétricos. O Tesla Model 3, modelo mais acessível da marca, teve vários aumentos recentes na Europa e já custa 54.990 euros (R$ 290.050) em alguns países, contra um preço inicial de 35.000 euros (R$ 184.600) cobrados em um passado não muito distante. 

Pior que isso, é que há uma forte tendência de alta nos preços para os próximos meses. E ainda falando sobre a CATL, a empresa observou um aumento de 199% nos custos operacionais em relação ao ano anterior. E ainda que o volume de negócios tenha crescido, com aumento de 154% nas receitas no 1º trimestre de 2022 na comparação ano a ano, os lucros foram 25% menores no mesmo período - se comparado ao trimestre anterior, a queda no lucro foi de 82%. 

Trazendo essa questão para os preços dos carros elétricos no Brasil, ainda não vimos um aumento expressivo na maioria dos modelos vendidos por aqui. No entanto, os volumes locais são bem menores em comparação aos mercados europeu/chinês/norte-americano, de certa forma 'atrasando' a chegada desses reajustes.

A conclusão é que a atual crise global que também afeta a indústria automotiva certamente irá atrasar a equiparação de preço entre os carros elétricos e a combustão, atrasando a sua democratização em termos globais. 

Fonte: HibridosyElectricos