Enquanto o aumento dos preços dos combustíveis segue no centro do debate, tanto no Brasil quanto em nível global, a agência US Energy Information Administration (EIA) prevê que a produção de combustíveis líquidos no Brasil, Canadá e China aumentará este ano e no próximo, contribuindo para o crescimento da produção geral de petróleo fora da OPEP.
Segundo o levantamento Short-Term Energy Outlook (STEO) - Perspectivas de Energia a Curto Prazo, realizado pela agência norte-americana neste mês, a soma da produção de petróleo nos países não-OPEP, excluindo os Estados Unidos e a Rússia, aumentará 3% (0,9 milhões de barris por dia [b/d]) em 2022 e 2% (0,8 milhões b/d) em 2023, comparado com um aumento de menos de 1% (0,2 milhões b/d) em 2021.
Falando do crescimento da produção dos países não-membros da OPEP, os Estados Unidos lideram de longe, sendo responsáveis por cerca de 60% do crescimento da produção nesse grupo. Em seguida, a EIA dá destaque a um aumento da produção de combustíveis líquidos em países como Brasil e Canadá. No final de 2023, a produção do Brasil aumentará em 400.000 b/d e a do Canadá em quase 400.000 b/d para 5,9 milhões b/d, de acordo com as previsões.
E apenas para dar uma dimensão desse crescimento na produção de petróleo aqui no país, o aumento esperado na China é de 170.000 b/d adicionais em 2022 e 80.000 b/d em 2023.
E ainda falando do Brasil, a previsão detalha que esse crescimento será impulsionado em 2023 por seis novas unidades flutuantes de armazenamento e descarga de produção (FPSO), com destaque para os campos Sepia, Mero e Búzios. A agência espera que a produção do Brasil aumente de 3,7 milhões b/d em 2021 para 3,9 milhões b/d em 2022 e para 4,1 milhões b/d em 2023.
Por fim, o estudo traz previsões macroeconômicas globais realizadas pela Oxford Economics que incluem um crescimento global do PIB de 3,1% em 2022 e 3,4% em 2023, comparado com um crescimento de 6,0% em 2021.
Enquanto o Brasil passa por um momento bastante turbulento, com a Petrobrás no olho do furação por conta da política de preços e o questionamento do governo nesse processo, mais uma vez a questão da dependência global do petróleo se coloca diante de todos.
Nesse cenário, fica mais claro a importância de um processo de transição energética que envolva os governos e a sociedade para um futuro cada vez menos dependente dos combustíveis fósseis. O Brasil precisa definitivamente colocar esse tema na pauta, dentro da nossa realidade e aproveitando as potencialidades locais.
E ainda que esteja passando por um momento difícil por conta da guerra na Ucrânia e outros desafios globais, a Europa já começou a fazer as suas escolhas: somente carros elétricos e zero emissões a partir de 2035. Outros mercados também se preparam para definir a mudança e nós não podemos mais nos dar ao luxo de perder tempo.
Fonte: GreenCarCongress
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