Enquanto se prepara para iniciar suas operações no Brasil até o fim do ano, a Great Wall Motors realizou uma apresentação onde deu mais detalhes sobre a tecnologia dos seus veículos e seu cronograma de lançamentos no país. 

E começando pelo posicionamento, a GWM anuncia que pretende brigar com marcas como Toyota, Volkswagen e Jeep, trazendo modelos eletrificados para brigar com RAV4, Taos e Compass. E diferentemente da BYD, onde os carros elétricos serão maioria no portfólio, a empresa terá um cronograma mais progressivo em termos de eletrificação, começando com veículos híbridos e híbridos plug-in e deixando os totalmente elétricos para um segundo momento. 

“É com essas marcas que iremos competir, na faixa de preços deles, trazendo o diferencial do híbrido e do plug-in híbrido dentro destes segmentos, dentro destas faixas de preço”, explica Oswaldo Ramos, COO da GWM Brasil.

Galeria: GWM - Sistema Dedicated Hybrid Transmission (DHT)

E como já foi antecipado, o primeiro modelo da marca a chegar ao país será o Haval H6, um SUV que terá versões híbrida convencional e híbrida plug-in, assim como os lançamentos seguintes. O detalhe é que nesta primeira fase os motores serão a gasolina, mas posteriormente híbridos flex. 

Lançado em 2011, o Haval H6 está em sua terceira geração e mede 4.653 mm de comprimento, 1.886 mm de largura e com 2.738 mm de distância entre os eixos, um porte similar ao de modelos como o VW Tiguan e Toyota RAV4. 

Seu destaque será a eficiência e ampla autonomia no modo elétrico, onde se promete algo maior que 200 km pelo padrão (NEDC), um número que se concretizado ficará muito distante da média dos atuais modelos híbridos plug-in disponíveis no mercado, que ficam entre 40 e 60 km com uma carga.

GWM - Sistema Dedicated Hybrid Transmission (DHT)

Tudo isso é mérito de um novo software de gerenciamento desenvolvido pela própria marca e um conjunto de baterias que é muito grande para os padrões de veículos híbridos. A capacidade para o Brasil ainda não foi divulgada, mas o Haval H6 PHEV que foi apresentado recentemente na Tailândia possui um acumulador de 41,8 kWh - uma capacidade que supera a de muitos veículos elétricos compactos. 

Basicamente é um trem de força composto por um motor 4-cilindros 1.5 a gasolina e duas unidades elétricas, uma para impulsionar o veículo e outra que será um gerador para as baterias.

De forma resumida, o sistema híbrida da GWM impulsiona o veículo exclusivamente no modo elétrico em velocidades de até 35 km/h no híbrido convencional e 140 km/h no PHEV. Em situação de pouca carga da bateria e velocidade de até 60 km/h, o modelo Serial é ativado e o motor a combustão passa a ser exclusivamente um gerador. 

Entre 60 e 70 km/h, o modo Paralelo Low coloca o motor a combustão para mover as rodas, usando ao elétrico para dar um auxílio na velocidade de cruzeiro. Acima de 70 km/h entra o Paralelo High, porém com a marcha de alta velocidade. Por fim, há o Paralelo Full Power, com os dois motores funcionando juntos para o máximo de potência e torque. Ainda terá a função regenerativa com o sistema One Pedal, freando o carro automaticamente ao tirar o pé do acelerador.

A combinação de todos estes modos aumenta a eficiência do sistema híbrido, usando o motor a combustão apenas quando necessário e trabalhando como um veículo elétrico na maior parte do tempo. 

Ora Cat, IAA 2021

Após os lançamentos de veículos híbridos nos primeiros anos de operação aqui no país, a segunda fase da GWM contará, enfim, com veículos elétricos da submarca ORA, o que está previsto para acontecer até 2025. 

Até lá, o foco será construir uma rede de concessionárias com metas ambiciosas de atingir 100% de cobertura nacional com a previsão de 130 pontos de venda em todo o país. A cada vez mais presente modalidade de assinatura estará disponível desde o início com o objetivo de fidelizar o cliente ao eliminar as preocupações mais comuns do pós-venda. 

Conforme programado, as operações da GWM no Brasil terão início no final do ano com o SUV H6 nas versões híbrida e híbrida plug-in, ambos importadas da China. O passo seguinte será dado em 2023 com a inauguração da fábrica em Iracemápolis (SP), mas ainda não foram detalhados quais modelos serão produzidos por lá.