O Greenpeace divulgou recentemente um novo estudo sobre a descarbonização com as 10 grandes montadoras mundiais e a GM ficou em primeiro lugar. No entanto, a japonesa Toyota ocupou a última posição e foi alvo de críticas por parte da organização ambiental global.

Conforme noticiado pela Reuters nesta semana, as montadoras japonesas Toyota Motor Corp, Honda Motor Co e Nissan Motor CO classificaram-se nas últimas posições deste novo estudo sobre os esforços de descarbonização.

No último lugar do ranking, a Toyota foi destaque negativo pelo fato de que menos de 1% das vendas da montadora japonesa foram de carros elétricos, além da organização ter observado um lento progresso na descarbonização da cadeia de suprimentos. 

Segundo o Greenpeace, a montadora teve um passado considerado promissor junto aos ambientalistas por conta do lançamento do Toyota Prius, o primeiro carro híbrido a conquistar o mundo. 

Toyota Prius PHV

No entanto, a conclusão é que essa primazia foi perdida com o tempo: a montadora japonesa é agora alvo frequente de críticas de ativistas e investidores verdes, que a criticam por não abraçar veículos elétricos a bateria (BEVs) com a rapidez de outras montadoras.

"O tempo para híbridos, eu penso, terminou", disse Daniel Read, ativista de clima e energia do Greenpeace Japão.

Toyota bZ3 - sedã elétrico
Toyota bZ3 - sedã elétrico que chegará ao mercado em 2023

Novas metas de eletrificação

Nesse cenário, onde as grandes montadores estão revisando constantemente suas metas de vendas de carros elétricos (para cima), a Toyota atualizou em dezembro do ano passado sua meta de veículos elétricos e a célula de combustível para 3,5 milhões de unidades por ano em 2030, um forte acréscimo sobre os 2 milhões previstos anteriormente. 

Na semana passada, a gigante japonesa anunciou que investirá até US$ 5,1 bilhões no Japão e nos Estados Unidos para produzir mais baterias para veículos totalmente elétricos. 

"Nós reconhecemos que eles fizeram alguns ganhos", disse Read. No entanto, fundamentalmente, quando comparado com outras montadoras globais, eles estão ficando muito para trás."

Nissan Leaf 2023 - ao vivo (6)
Nissan Leaf 2023 em São Paulo (SP)

Basicamente, o ranking do Greenpeace mede o progresso na eliminação dos veículos com motores de combustão interna, na descarbonização da cadeia de suprimentos e na redução e eficiência dos recursos.

Um porta-voz da Toyota disse em comunicado que a empresa está trabalhando para reduzir as emissões de CO2 o máximo e rapidamente possível, acrescentando que continuará a:

"fazer todos os esforços possíveis para oferecer o maior número de opções de (veículos elétricos a bateria) e outros multi-powertrains para nossos clientes em todo o mundo".

Chevrolet Equinox EV 2024
Novo Chevrolet Equinox, que também será lançado no Brasil

Além da Toyota, curiosamente, os últimos lugares foram ocupados pela Nissan e Honda, 8º e 9º lugar, respectivamente. No caso da Honda, a principal crítica é com relação à falta de um roteiro para atingir suas próprias metas de vendas de carros elétricos. Já a Nissan, que foi pioneira com o Leaf, não tem apresentado crescimento nas vendas de carros elétricos.

Do outro lado, a GM ficou em primeiro lugar no ranking por seus esforços que envolvem amplos investimentos, produção de baterias e lançamentos de novos carros elétricos. No entanto, o órgão pondera que a pontuação de 38,5 de 100 pontos possíveis ainda é um indicador baixo.

Posição Montadora Pontuação média
(total de 100)
Vendas de veículos zero emissão em 2021
1 General Motors 38.5 8.18%
2 (↑5)  Mercedes-Benz 37.0 3.82%
3 (↓1)  Volkswagen 33.3 5.21%
4 (↑4)  Ford 23.5 1.40%
5 (↓1)  Hyundai-Kia 22.3 3.49%
6 (↓3)  Renault 20.3 6.69%
7 (↑2)  Stellantis 19.3 2.86%
8 (↓3)  Nissan 13.4 2.20%
9 (↓3) Honda 12.8 0.35%
10 Toyota 10.0 0.18%

Fonte: Greenpeace via Reuters