A China estabeleceu a meta de que os carros elétricos representem 40% das vendas totais até 2030, o que demandará uma ampla infraestrutura de carregamento. Até 2025, o governo pretende ter uma rede capaz de atender a mais de 20 milhões de veículos zero emissão - atualmente a rede chinesa conta com 810.000 pontos de carregamento públicos.
Nesse cenário, as grandes empresas chinesas já se movimentam para lidar com essa demanda, e um exemplo recente é a da Shenzhen BYD Electric Vehicle Investment Co., Ltd., que passou por diversas mudanças em sua estrutura industrial e comercial para se adaptar a essas necessidades.
O braço da BYD foi criado em junho de 2014 e seu escopo de negócios inclui investimentos na indústria de veículos elétricos de energia limpa; investimento em pontos e estações de carregamento; operação e manutenção de instalações de recarga, etc.
Em março deste ano, a BYD assinou um acordo de cooperação estratégica global com a Shell para realizar conjuntamente a cooperação no campo do carregamento de veículos elétricos, anunciando a abertura de cerca de 300.000 postos de carregamento da Shell na Europa para proprietários de carros.
Segundo relatado recentemente pelo portal Auto Home, informações industriais e comerciais mostram que o índice de participação acionária da BYD Automobile Industry Company na Shenzhen BYD Electric Vehicle Investment Co., Ltd. foi alterado de 60% para 20%. Nesse processo, a Shell (China) Co., Ltd. foi adicionada como acionista majoritária, com uma participação de 80% na empresa de energia.
Além disso, a Shell tem outras parcerias: BAIC New Energy, NIO, ABB Electric Mobility e outras marcas no negócio de carregamento e troca de baterias. Além disso, a empresa que há pouco tempo era referência absoluta em petróleo e combustíveis, agora tenta se estabelecer como uma empresa de energia e, inclusive, investe em hidrogênio, construindo uma rede de estações de reabastecimento em Xangai.
Não é novidade para os gigantes tradicionais de combustíveis se envolverem no campo da energia limpa, sendo que a PetroChina e Sinopec também seguem esse caminho. Fora da China, temos a BP (British Petroleum) e até a gigante árabe Aramco.
No Brasil, temos a BR Distribuidora, o braço da Petrobrás que se tornou a Vibra Energia, que além dos negócios tradicionais em combustíveis fósseis, já investe em postos de carregamento para carros elétricos e até fornecimento de energia elétrica limpa para clientes.
Nesse novo contexto, qual será o futuro das gigantes tradicionais de energia com a transição energética?
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