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Carro elétrico x etanol: 4 aspectos fundamentais da transição energética

Vendas de carros elétricos tiveram alta de 197% no Brasil em 2022, o que amplia a discussão sobre a transição energética

Renault Kwid E-Tech - destaque (1)

No momento em que o mercado de carros elétricos no Brasil começa a ganhar impulso, as questões sobre a viabilidade da mobilidade elétrica no país se tornam cada vez mais frequentes. 

Em 2022, as vendas de veículos elétricos a bateria (BEV) foram destaque, alcançando o recorde histórico de 8.458 emplacamentos, um crescimento expressivo de 197% em relação ao ano anterior, segundo a ABVE. 

Esses números mostram que a participação dos carros elétricos avança rapidamente dentro do segmento de eletrificados (elétricos + híbridos + híbridos plug-in), confirmando a preferência cada vez maior dos consumidores pelos modelos de zero emissão.

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E analisando este cenário, André Ricardo Vieira, CEO, sócio e fundador da Solution4Fleet, consultoria de gestão para locadoras e concessionárias, comenta quatro aspectos comuns em relação a este assunto:

1. Quem vence a batalha entre elétrico e etanol?

O veículo a etanol nunca vencerá essa batalha, porque existe um interesse comercial muito grande em transformar a matriz energética dos carros. Lembrando que o carro elétrico, em média, é composto por apenas 35% das peças de veículos convencionais. Isso quer dizer que, em escala, a tendência é que, no futuro, ele seja criado de uma forma cada vez melhor, o que significa que o valor desses carros será bem mais acessível.

2. Perspectiva de transição de veículos a combustíveis fósseis para os elétricos

A transição vai acontecer. Nesse processo, o grande destaque será o veículo híbrido, que deve, cada vez mais, ser abastecido a álcool. Trata-se, porém, de uma transição longa, porque não envolve apenas carros, mas também caminhões e ônibus, além das questões de infraestrutura que precisam ser desenvolvidas, como os pontos de carregamento dos veículos. Lembrando, que estamos em um período de chegada do hidrogênio, que tende a movimentar muito o mercado, já que o seu resíduo é água. Mas o processo de armazenagem desse combustível ainda é complexo e caro.

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3. Incentivos do Governo devem existir, mas não serão eternos

Como estamos em um período de transição de poder, não é possível afirmar com certeza absoluta que haverá uma intensificação de incentivo por parte do Governo para acelerar a transição entre veículos a combustíveis fósseis e os elétricos. Porém, ao analisar o que tem acontecido em outros países, é possível supor que o incentivo existirá por um período, mas não no longo prazo.

4. Entraves e motivadores da popularização dos veículos elétricos no Brasil

Sem dúvida, são três os principais entraves da popularização dos veículos elétricos no Brasil: alto valor do automóvel, pelo menos, no momento da chegada ao mercado; estruturação de uma rede de abastecimento eficiente; e a adaptação dos motoristas ao processo de abastecer com mais previsibilidade do percurso. Porém, os benefícios são animadores. Trata-se de um carro mais fácil e gostoso de dirigir e um pouco mais seguro, além de ter a tendência de apresentar um valor mais acessível ao longo do tempo.

“Estudos mostram que o etanol é o primeiro colocado entre os combustíveis mais limpos que existem. Os carros elétricos, desde que tenham fontes de energias limpas, tendem a ser um meio de transporte com baixíssimo impacto negativo ao meio ambiente”, explica Vieira.

“Estou bastante entusiasmado com a chegada do carro elétrico ao Brasil. Acredito que, de 2023 a 2028, este crescimento inicial seja bem gradativo. Mas, a partir de 2029, a adesão a ele será acelerada”, conclui o executivo.