'SUVs elétricos pesados não fazem sentido', afirma Dacia, do Grupo Renault
Executivo da marca diz que não faz sentido um veículos elétrico de 2 toneladas que irá rodar 50 km por dia com uma única pessoa
O peso é o inimigo da eficiência energética e este fator é particularmente importante para um veículo elétrico, onde cada componente tem uma forte influência sobre a autonomia.
Entretanto, um BMW i7 ou um Mercedes EQS facilmente excedem 2.500 kg e vários SUVs de luxo esperados num futuro próximo devem se aproximar dos 3.000 kg, como o Rolls-Royce Spectre. E nesse cenário, a Dacia se surpreende com esta tendência contraditória, pois um veículo elétrico pesado nesse nível não faz sentido para a marca do Grupo Renault.
"Se levamos a sério a redução coletiva das emissões, o peso excessivo não deveria ser aceitável", disse Xavier Martinet, chefe de vendas e marketing da Dacia, à Autocar.
Galeria: Dacia Spring Extreme (2023)
"Esta é uma filosofia que mostramos no Dacia Spring [EV], que pesa 975 kg e que pretendemos tornar um modelo maior no futuro". É um carro que roda em média 40 km por dia, a uma velocidade média de 30 km/h. Não há necessidade de uma bateria grande e pesada e de um motor potente.
Na sua opinião, os grandes SUVs lançados pelos concorrentes "não fazem sentido": "Não faz sentido deixar que as pessoas construam veículos de duas ou três toneladas ocupados por uma pessoa para dirigir apenas 50 km por dia".
Dacia Manifesto
Os comentários do fabricante romeno de carros ecoam os de Vincent Cobée, diretor administrativo da Citroën, segundo o qual os SUVs serão simplesmente "mortos pelo peso e pela aerodinâmica", dois fatores que são muito penalizantes para um veículo elétrico.
"Em um EV alimentado por bateria, se a aerodinâmica for ruim, a penalidade em termos de alcance é enorme", disse ele recentemente à AutoExpress. "Você pode perder 50 quilômetros entre um bom e um mau avião, e entre um SUV e um sedã, estamos falando de 60, 70 ou 80 quilômetros muito facilmente".
Fonte: Autocar
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