Não é segredo que o Brasil ainda aguarda um plano estratégico para nortear a transição energética na indústria automotiva. No entanto, o Governo Federal começa a abordar o tema com mais ênfase, inclusive falando em incentivos para a produção nacional de baterias para veículos elétricos. 

De acordo com a fala do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira nesta quarta (14) no evento Anfavea: Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil, promovido pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, em Brasília, as autoridades do segmento já estão trabalhando para transformar o país em um centro de produção de baterias de lítio.

Galeria: Anfavea: Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil

O ministro cita a mobilidade elétrica como uma das principais fontes para a descarbonização e diz que o Brasil já domina a tecnologia para a fabricação de baterias de lítio, mas precisa ampliar a escala de produção, tanto para se tornar mais competitivo quanto para baratear o preço final do componente o do carro elétrico.

“Temos desenvolvido a cadeia de produção do lítio, fundamental para a eletrificação da frota. Tornaremos o nosso país um hub para a produção de baterias, com geração de emprego e renda para nossa população, como no Vale do Jequitinhonha [MG]”

No entanto, Alexandre faz uma ressalva e diz que o país fará uma transição energética sem deixar de lado os biocombustíveis:

“Mas quero ressaltar: faremos tudo isso sem esquecer dos biocombustíveis”

O ministro insistiu em um compromisso claro com a transição energética e redução da pegada de carbono nos transportes, destacando também que 88% da matriz elétrica brasileira é baseada em fontes limpas. Por fim, reforçou que os biocombustíveis, sobretudo o etanol, ainda tem (e terá) um papel muito importante na descarbonização no Brasil

De modo geral, é interessante ver setores do governo começando a alinhar o discurso em relação à descarbonização, transição energética, mobilidade elétrica e carros elétricos, ainda que o façam com ressalvas. O próximo passo é transformar essas iniciativas em atitudes concretas, mas a mudança de tom é um ponto positivo.

*Com informações de Fábio Trindade, de Brasília (DF)