Agora que a fábrica na Bahia finalmente vai sair do papel, a BYD começa revelar os detalhes sobre sua estratégia para o Brasil. Em um evento realizado em São Paulo, a fabricante confirmou que seus primeiros carros nacionais serão o híbrido Song Plus e o elétrico Dolphin, dois modelos que já estão sendo vendidos no país. A fábrica será inaugurada no 2º semestre de 2024.

A aquisição da fábrica da Ford em Camaçari acabou confirmada, após a BYD ter apenas anunciado que teria um complexo na Bahia, sem esclarecer que seria exatamente este local. A negociação ainda estava em andamento e só foi concluída nos últimos dias, quando a Ford “vendeu” a unidade fabril para o Governo da Bahia, que por sua vez irá vendê-lo para a BYD. Irá abrigar três fábricas, uma de carros, outra de ônibus e caminhões, e uma terceira de processamento de lítio e ferro-fosfato para fazer baterias.

BYD Bahia fabrica

O investimento de R$ 3 bilhões levará a criação da primeira fábrica da empresa chinesa fora da Ásia – a BYD tem outra unidade fabril de carros na Tailândia, mas diversas outras de ônibus elétricos em lugares como França e Hungria. Começará com uma capacidade inicial de 150 mil unidades por ano, chegando a 300 mil unidades em um segundo momento. A empresa escolheu iniciar a operação com o Dolphin e o Song Plus, embora não tenha dito qual será exatamente o primeiro a ser produzido.

A escolha da dupla não é bem uma surpresa. O Song Plus é o carro mais vendido da BYD no Brasil, com 1.451 unidades emplacadas de janeiro a julho, além de ser o modelo híbrido mais acessível da empresa no país. Já o Dolphin foi escolhido pelo seu potencial. O hatch elétrico foi lançado em junho e já contabiliza mais de 3 mil reservas – embora ainda esteja aguardando pela chegada dos primeiros lotes para os clientes.

A fórmula da BYD para utilizar toda a capacidade da fábrica em Camaçari é exportar os carros para toda a América Latina. A fabricante está presente na maioria dos mercados e a substituição dos modelos importados da China pelos feitos no Brasil ajudará na parte logística, embora ainda tenhamos que esperar para ver como a empresa lidará com algumas barreiras tributárias, como a regra “flex” do acordo automotivo entre o governo brasileiro e a Argentina, que exige um equilíbrio de exportação e importação entre os dois países.


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