Focada na eletrificação e veículos com baixa emissão de carbono, a BYD revela que todos os seus carros produzidos no Brasil terão a tecnologia flex, passando a aceitar também o uso de etanol. Para isso, a fabricante criará um centro de Pesquisa e Desenvolvimento em sua fábrica em Caçamari (BA), que irá começar com o desenvolvimento do motor flex a ser utilizado pelo Song Plus, que será um dos primeiros carros a serme produzidos na Bahia.
Durante um evento realizado em São Paulo, Alexandre Baldyn, chairman do conselho da BYD no Brasil, afirmou que isto é uma decisão recente, feita para atender um pedido do presidente Luís Inácio Lula da Silva, após um encontro com os executivos da BYD na China. O governo tem trabalhado em um plano nacional de descarbonização, que será centrado no uso do etanol. Baldyn disse que o centro de P&D ficará no que chamou “Vale do Silício baiano”.
Embora a ideia seja atender ao pedido do presidente, que vem trabalhando para oferecer incentivos para a chegada da fabricante ao Nordeste, a decisão da BYD pode ter outros motivos. Sua principal rival é a GWM, que também prometeu produzir carros híbridos flex em sua fábrica em Iracemápolis (SP), começando com uma picape e um SUV em 2024.
O governo ainda não anunciou o programa de descarbonização, que ainda está sendo desenvolvido, e ainda virão outras mudanças que incentivarão o uso do etanol. A segunda fase do Rota 2030 terá um foco maior na eficiência energética e uso de tecnologias mais limpas. Até mesmo a medição das emissões de CO2 será alterada, passando a considerar também o CO2 da produção e distribuição do combustível ou energia elétrica. Ainda veremos o Proconve L8 em 2025, com novas metas de emissões e ruídos que levará a mais uma mudança nos motores utilizados no Brasil.
Baldyn não disse quando o centro de P&D começará a funcionar. A BYD ainda está negociando com o governo da Bahia para receber a fábrica que foi da Ford e a previsão é que comece o processo de adaptação do local em outubro. A produção de carros começará somente no 2º semestre de 2024, com a expectativa de gerar 5 mil empregos.
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